sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Sa Ra Creative Partners - Nuclear Evolution: The Age of Love

Sem palavras para esses malandros que já estão na cena há tantos anos e, de algum modo, sempre me conseguiram passar sob o radar. Apesar de curtir bwé de sons que eles produziram há bwé de tempo (o Agent Orange do Pharoahe Monch para citar um exemplo), nunca me chamaram particularmente atenção pela sonoridade dos seus instrumentais, talvez por aparecerem isolados no meio de outros igualmente nervosos (ver "New Amerykah), sinceramente não tenho explicação para tal gafe.

O facto é que ouvindo uma sequência de músicas produzidas por eles, a pessoa dá-se conta que se encontra perante algo de extremamente inovador, não querendo dilatar-lhes o mérito, pois, todos sabemos que nada se cria do nada, tudo o que é novo na verdade não é mais do que a apropriação do antigo (de preferência de vários antigos) numa interpretação contemporânea, ajustada à evolução (ou regressão, dependendo do ponto de vista de quem observa) das mentalidades que se transformam acompanhando a mutação dos modos de vida em sociedade. Sa Ra fazem música do nosso tempo, música de toda uma geração que já cresceu tendo o hip hop como uma presença incontornável (ainda que questionável e questionada) do panorama musical mundial.

Estes jovens já puseram a mão em discos de artistas que batem múltiplas platinas (Dr. Dre, Erykah Badu) e outros mais low-profile, ou por outra, menos mainstream, tipo Talib Kweli, Jurassic 5, Jill Scott, Bilal, entre muitos outros desse calibre. Para não falar das remisturas dentro e fora do universo Hip Hop. O CV é muito extenso.

Foi ao ouvir o álbum do Shafiq Husayn, 1/3 do grupo, na Rádio Oxigénio que a minha curiosidade foi despoletada e chegando a casa nesse dia me pus a pesquisar mais sobre o indivíduo e quanto mais cavava, mais descobria subterrâneos percursos tão familiares por já terem sido inúmeras vezes trilhados pelos meus ouvidos calejados dessas sonoridades hiphopianas.

Dois acontecimentos sequenciaram-se muito pouco tempo depois dando-me o empurrão que faltava: um brada deixou um comentário no post do Shafiq encorajando-me a escuta dos álbuns do trio e, quase simultaneamente, li a review deste álbum na hiphopsite.com e achei que não devia adiar mais.

Porra, eles são fortes yá? Tão fortes que o Kanye assinou-os na sua G.O.O.D. Music. Tão fora que acabaram por saltar desse barco quando a editora foi absorvida pela Sony que não sabia como lhes marketear.

Assim, depois de já terem lançado um disco pela Babygrande, foram recrutados pela Ubiquity Records (Breakestra, Platinum Pied Pipers, Shawn Lee) para este segundo ataque nuclear, proclamando a necessidade da aniquilação da pequenez de espírito e anunciando a chegada da Idade do Amor. Roçando por várias vezes o ordinário (Bitch Baby, Bone Song), o disco é um festim de requintados pratos auditivos e, sem nunca usar fato-e-gravata, os Sa Ra conseguem estar a altura de qualquer empertigada gala exclusiva aos luxuosos, sem nunca no entanto parecerem esforçar-se para conquistar esse lugar ao Sol.

As sensações que me percorrem ao ouvir isto são tão maravilhosamente ambiguas e intensas, que eu ainda não consigo verbalizá-las de maneira justa e resumida. Daqui a dois anos e mais uns calos provavelmente conseguirei traduzir melhor o impacto indelével que este grupo está a causar na minha modesta e ainda débil sensibilidade musical.

CD 1:
  1. Spacefruit
  2. Dirty Beauty
  3. I Swear
  4. Melodee N’mynor
  5. He Say She Say
  6. Traffika
  7. Souls Brother
  8. Bitch Baby
  9. Love Czars
  10. Gemini’s Rising
  11. The Bone Song
  12. White Cloud
  13. Move Your Ass
  14. Love Today
  15. Can I Get You Hi
  16. My Sta
  17. Cosmic Ball
CD 2:
  1. Spaceways Theme
  2. Just Like A Baby
  3. Double Dutch (Co Co Pops)
  4. Death Of A Star (Supernova)
  5. Powder Bump
  6. Hangin By A String
Tenho um link rapidshare e um link hotfile. O rapidshare tem mais qualidade (320kbps) mas é muito maior e por isso dividido em dois ficheiros (dois downloads portanto). O hotfile será para aqueles com ligações mais caretas que não permitem luxos.



Catar nos comentários

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Asa - Beautiful Imperfection

Aguardei com bwé de expectativa por este segundo álbum da Asa, mordendo as unhas com receio que a vida dela depois do estrondoso debut desse uma volta tal que lhe fossem desaparecer os traços de humildade, ingenuidade e altruísmo que, com a profundidade de uma alma atormentada, lhe fizeram compor e cantar contagiando quem a ouvisse, com a pureza tão mágica que irradiava naturalmente quando apareceu na cena musical. Com alguma tristeza minha, metade dos meios receios confirmam-se.

Infelizmente este álbum não ME toca lá como o primeiro. Continua a ser totalmente sincero, afortunadamente mais preocupado com a musicalidade e não com os fast-food hits que proliferam nas ondas hertzianas e cartesianas dos nossos tempos, consumidas avidamente pelos jovens que ainda assim têm a impressão de estar a marcar a diferença, continua o pop inofensivo do disco de estreia executado por uma ingénua adolescente (ingenuidade é sempre associado a uma idade qualquer antes da adulta né? que merda!), com a ruptura sendo marcada pela passagem de um pop consciente, engajado, com mensagem, a um pop meloso mais focado nas suas relações, (des)amores e problemas sentimentais.

A musicalidade continua lá, mas, na opinião deste modesto melómano, metade do interesse desvaneceu-se com o foco da música passando a ser menos farol e mais followspot, apesar de não ter nada a criticar a Asa, a música dela deve continuar a reflectir os seus estados de espírito e as fases pelas quais está a passar. Só não me interessa tanto esta fase comparada com a anterior.

Ainda assim o álbum está bem agradável. Verifiquem se tiverem largura de banda para isso, tempo, paciência, ou caso prefiram reservar-se ao direito de formarem a vossa própria opinião :).

1. Why Can’t We
2. Maybe
3. Be My Man
4. Preacher Man
5. Bimpé
6. The Way I Feel
7. OK OK
8. Dreamer Girl
9. Oré
10. Baby Gone
11. Broda Olé
12. Questions



Catar nos comentários

Kanye West - My Beautiful Dark Twisted Fantasy

Porra, será possível? Depois de 3 álbuns clássicos, cada um à sua maneira, depois de parecer que a "evolução" artística do Kanye estaria mais próxima dos auto-tunes horrorosos de 808 Heartbeat (não me fodam, esse álbum para mim é uma cagada autêntica), da luxúria do seu novo estilo de vida a que teve acesso graças a sua rápida ascensão financeira, quando parecia que o seu destino no jet-7 estava traçado e não augurava nada de bom graças ao comportamento obtuso e arrogante que lhe fez irromper três vezes pelo palco acima destruindo os momentos de glória de outros artistas que julgou não serem merecedores dos prémios que receberam, contra todas as expectativas, o Kanye mais uma vez reinventou-se, reinventou a sonoridade da sua música, empederneceu-se e voltou a escrever e a rappar como se ainda não tivesse dinheiro suficiente para pagar a renda, com tal dureza, tal sinceridade que chega a ser brutal, tornando este álbum possivelmente o seu melhor até a data. E eu que nunca pensei que ele pudesse suplantar o High School Drop Out, vi o meu cepticismo adiado não uma, não duas, mas três vezes. O incrível arrogante cabronaço do Kanye é REALMENTE um génio da geração hip hop, permanentemente a empurrar os limites fronteiriços da definição desse género musical.
Well done Ye!

PS. Acho que esses filhosdaputa apagaram o post. Nem foi o link, foi mesmo o post! Saquem enquanto está no ar.

01 Dark Fantasy
2 Gorgeous f. KiD CuDi & Raekwon
3 Power f. Dwele
4 All Of the Lights (Interlude)
5 All Of the Lights f. Alicia Keys, Charlie Wilson, Elly Jackson, Elton John, Fergie, John Legend, KiD CuDi, Rihanna, Ryan Leslie, The-Dream & Tony Williams
6 Monster f. Jay-Z, Rick Ross, Nicki Minaj & Bon Iver
7 So Appalled f. Jay-Z, Pusha T, CyHi Da Prynce, Swizz Beatz & RZA
8 Devil In A New Dress feat. Rick Ross
9 Runaway f. Pusha T
10 Hell Of A Life
11 Blame Game f. John Legend
12 Lost In The World
13 Who Will Survive In America



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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Revolução? Dia 7 de Dezembro de 2010

Ora bem, um futebolista com dois palmos de testa e algum sentido de lógica é coisa (extremamente) rara nos dias que correm. Nós sabemos disso porque, cada vez mais, para se ser um profissional de alta competição em certos desportos muito concorridos, os jovens têm de se dedicar a tempo quase inteiro a dita modalidade para atingirem a excelência que lhes pode render aqueles milhões, supostamente garante de estabilidade financeira para a velhice, já que essas carreiras são candentes mas fugazes e efémeras. Claro que a grande ambiguidade nisso tudo é que, não tendo dois palmos de testa, muitos deles não aprendem a gerir a sua fortuna e acabam infortunadamente trapaceados pelos seus gestores de carreira, ou esbanjam acefalamente o seu guito esquecendo que deixou de existir a torneira de fornecimento e passou apenas a existir a de usufruto.



Enfim, o Eric Cantona não terá provavelmente dito estas palavras imaginando que tomariam a proporção que tomaram, mas a verdade é que, espalhada por diversos blogs de desporto, esta entrevista acabou por cair nos ouvidos de activistas políticos que estão a tentar "capitalizar" na popularidade de um antigo astro e lançar um movimento de protesto cujas ondas podem ter infinitamente mais repercussões que o "manifestar-se nas ruas, à chuva, ao frio, com dizeres nos cartazes e palavras de ordem" como desdenha o Eric, e até abriram um site no facebook chamado de Bank Run que já tem cerca de 50 000 "amigos" que supostamente irão aderir ao gesto que tanto pode limitar-se em ser simbólico, se apenas algumas pessoas participarem, como catastrófico se houver efeito de contágio (a maior parte das pessoas haveriam de participar pelo simples MEDO que o SEU dinheiro acabasse).

Não vou argumentar aqui da lógica dos argumentos do Eric, porque para mim eles são óbvios, tão óbvios que eu não poderei participar nesse movimento, pois, por essas mesmas razões, eu fechei todas as minhas contas em 2008 e até agora tenho sobrevivido muito bem sem esses infelizes a investirem o meu dinheiro em coisas que eu desconheço e ainda a cobrarem-me juros pela "manutenção" da minha conta.

Revolução? Não diria tanto, mas certamente um grande abanão à estrutura do poder que pensa que a única vez que a opinião do povo conta é quando votam. Não custa nada participar. Levantem o dinheiro todo, deixem 10 cêntimos pois assim não vos podem fechar a conta. Depois de uns tempos, se o vosso banco não tiver falido entretanto, voltam a depositar.

Podem ler mais em vários sítios da web, para já têm este aqui e mais este aqui que foi onde caí antes de postar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Coldplay - Os dois melhores

Hoje em dia gostar de Coldplay pode ser visto como desmodado, com o sobrolho semi-erguido por parte dos anti-mainstream e se é verdade que a partir do X&Y eu pura e simplesmente deixei de seguir a melancólica banda de Chris Martin, o trabalho deles até aí não deixou de ser sublime (esta palavra lembra-me de outro post que tenho de fazer brevemente) e por vezes mesmo comovente, tanto no Parachutes como no A Rush of Blood to the Head.

O objectivo fixado pela então editora dos Coldplay eram as 40 mil cópias. Escusado será dizer que esse número foi vaporizado pelos inesperados vários milhões de unidades vendidas por esse mundo fora a pessoas que se deixaram seduzir pelo tom de cãozinho molhado do Chris Martin. E por menos que se goste dos Coldplay hoje em dia, por mais que eles se tenham perdido um bocado no desejo fútil de reeditar as suas fórmulas provadas funcionais. Mesmo que a execução tenha sido profissionalmente bem conseguida, a alma deixou de lá estar e (para mim) o mambo rochou!

Meu som favorito deles de SEMPRE é o Trouble. Malaike para uma banda que, 3 álbuns depois, ainda não tenham conseguido destronar essa predilecção, mesmo que, comparando os dois álbuns, a minha eleição de escuta vá inequivocamente para o Rush of Blood, recheado de pérolas, diamantes, rubis e pepitas de ouro.
Se quiserem um post mais informativo acerca dos Coldplay e com a discografia completa podem vir procurar neste blog aqui, foi aliás de onde eu tirei estes dois que aqui posto agora.

Coldplay - Parachutes (2000)

1.Don't Panic
2.Shiver
3.Spies
4.Sparks
5.Yellow
6.Trouble
7.Parachutes
8.High Speed
9.We Never Change
10.Everything's Not Lost


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Coldplay - A Rush of Blood to the Head (2002)

1.Politik
2.In My Place
3.God Put a Smile upon Your Face
4.The Scientist
5.Clocks
6.Daylight
7.Green Eyes
8.Warning Sign
9.A Whisper
10.A Rush Of Blood To The Head
11.Amsterdam


Coldplay - In my place


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Kiko Dinucci e Bando Afromacarrônico

Eu ouvi este disco umas 3 vezes, sendo que as duas últimas foram para confirmar que tinha o meu ouvido não me tinha enganado e passado a informação errada ao meu cérebro dizendo-lhe falsamente que o mambo tava deka. Tenho de aprender a confiar mais na primeira impressão e no meu instinto, pois realmente, este disco tem qualquer coisa de especial na sua mistura de sonoridades da MPB mais moderna, com letras bem esgalhadas e bwé humorísticas (basta espreitar os títulos das faixas para conferirem), criando uma fórmula com resultados, a maior parte das vezes, bastante agradáveis e bem conseguidos.

A confirmação que precisava para ter a certeza que não estava a ser trapaceado pelo meu encéfalo veio quando o meu irmão Pedro comentou comigo: "epá, aquele disco do Kiko Dinucci é bem engraçado" (algo nesta linha). Mas nada como passarem pelo teste vocês próprios, deixem o vosso ouvido vos dar o veredicto. Kel abraço.
01. Engasga Gato
02. Padê Onã
03. Samba Manco
04. Rainha das cabeças
05. Ressureição
06. João Carranca
07. Mosquitinho de velório
08. Santa Bamba
09. Tambú e candogueiro
10. Roda de Sampa




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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mona Dya Kidi - Single

No outro dia bazei no show da Masta Kapa com o meu sócio Nk e apesar de não ter ficado super satisfeito com a constatação do eterno desleixo em coisas primordiais para a harmonia de um palco, nomeadamente e sobretudo o som que mais uma vez deu bandeira, cristalizando a ideia teimosa que "underground" é sinónimo de má qualidade sonora, microfones desnivelados e feedbacks persistentes (ideia essa que já foi peremptoriamente desvanecida em algumas ocasiões onde todos os detalhes foram cautelosamente acomodados e tudo saíu bem), não pude deixar de sair de lá com a sensação de alívio que me proporcionaram dois novos artistas do nosso rap consciente, que, mais que serem uns automatos repetindo palavras de ordem associadas a corrente underground para granjearem algum tipo de reconhecimento, tinham um visível potencial tanto na presença em palco como na sua maneira individual de comunicar intimidades com as quais a plateia se identifica.

O primeiro que me causou boa impressão foi o Mono, gostei de ouvir a sua desenvoltura a rimar e a sua maneira de associar palavras na sua própria construção frásica, mas o que me arrebatou foi este Mona Dya Kidi, de quem nunca tinha ouvido sequer falar e que, felizmente, tinha o seu single promocional disponível e que eu prontamente adquiri. Tem 4 faixas, sendo a minha preferida a TPA, não por ter o melhor texto, já que todos têm o seu "quê" de forte, mas pelo todo: instrumental, letra, entrega, refrão. Na verdade, e sem querer ofender os produtores que devem ter dado o melhor de si, este MC poderia brilhar muito mais com instrumentais mais bem conseguidos, de qualquer modo este single é um pouco mais que decente se tivermos em conta o cenário hiphopiano nacional. Vale a pena darem uma escutada e apreciarem as palavras do Kamun'dongo.

"invistamos na agricultura...e tudo virá por acréscimo,
na educação... e tudo virá por acréscimo,
na saúde... e tudo virá por acréscimo
e aí conheceremos o antónimo do que é péssimo"
Nicely put!
01.Sintam o Kamun'dongo
02.TPA - Todos Por Angola
03.O Protagonista da Vida c. VBaw
04.Golp'z & Prop'z

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sábado, 13 de novembro de 2010

Janelle Monáe vs Erykah Badu

Janelle Monáe - The ArchAndroid: Suites II and III

Comecei por ver um vídeo desta moça num dos vários canais de música que existem no pacote da TV Cabo na tuga. Lembro-me de ter achado piada pelo todo, o grife, o penteado, a cor chocolatona, os olhos, mas a música propriamente dita, não achei nada de especial, sobretudo porque me fazia lembrar demais o Hey Ya do Andre3000, de quem ela parecia querer espremer uma versão feminina. Desinspirada e imitadora, caguei nela.

Só voltei a ouvir porque num dos sites de hip hop onde leio as críticas o álbum dela recebeu @@@@1/2, e isso foi razão mais do que suficiente para eu lhe dar uma segunda oportunidade. Ainda bem que o fiz. A rapariga é incrivelmente dotada e tem uma imaginação muito adubada quissá derivada da profissão que ela quis seguir inicialmente e que lhe levou a mudar-se do Kansas para NY para estudar, drama (actriz de teatro). Em 2007 ela lançou a primeira parte do que deveria ser um álbum em 4 partes (ela chama-as Suites), um EP chamado Metropolis (Suite I), que seria distribuído no seu site e em sites de download de mp3.

Eis que se intromete nesse percurso o P.Diddy que a assina para a Bad Boy, depois do Big Boi (Outkast) lhe ter falado nela . O EP é lançado oficialmente com o título Metropolis: The Chase Suite. O engraçado é que o A&R da Bad Boy adorou a Monae, justamente pelos motivos mais inesperados: "adorei o aspecto dela, o facto de não conseguir ver o seu corpo". Engraçado, quando esses cabrões tratam sempre de acelerar o processo de putrefacção artística impingindo as suas meninas que se descasquem para poderem vender discos. Aqui estão eles a apreciar a antítese do que promovem. Ou será um desafio? Ver quanto tempo leva até a miúda se vergar à realidade misogénica da indústria.

Este álbum, inclui as Suites II e III, ficando a faltar a parte conclusiva desse filme. Filme mesmo, pois o conceito do álbum é inspirado directamente por um filme alemão da década de 20, Metropolis, um filme mudo sobre a industrialização, a sociedade de consumo e a luta de classes, considerado o Padrinho da ficção científica. Este The Archandroid não só pega inspiração na capa muito similar à do filme original, como nas temáticas abordadas, sendo a Janelle de um ecletismo ímpar.

O filme de Janelle conta a estória de Cindy Mayweather, uma criatura alienígena encarnando uma androide feminina que atende pelo nome de Cindy Mayweather e pelo #57821, no ano de 2719. Mayweather apaixona-se por um humano chamado Anthony Greendown e esse erro ser-lhe-á fatal, pois os poderosos do século em questão decidem, ao tomar conhecimento dessa grave infracção do protocolo, desactivar a andróide Mayweather. Felizmente, Cindy descobre que é possuidora de super-poderes e que se trata na realidade de uma espécie de Messias da comunidade andróide, empenhando-se em salvar a comunidade, que acaba por ser finalmente a única chance que tem de também se salvar a si própria.

A miúda é de outros tipos, só vos digo. Catem o mambo enquanto tá quente.

01. Suite II Overture
02. Dance Or Die (Feat. Saul Williams)
03. Faster
04. Locked Inside
05. Sir Greendown
06. Cold War
07. Tightrope (Feat. Big Boi)
08. Neon Gumbo
09. Oh, Maker
10. Come Alive (The War Of The Roses)
11. Mushrooms & Roses
12. Suite III Overture
13. Neon Valley Street
14. Make The Bus (Feat. Of Montreal)
15. Wondaland
16. 57821 (Feat. Deep Cotton)
17. Say You’ll Go
18. BaBopByeYa



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Erykah Badu - New Amerykah Part II: The Return of the Ankh

Não vou sequer perder tempo a apresentar esta diva da música de bom gosto contemporânea. A etiqueta diz Neo-Soul, mas ela não a aceita, compreensivelmente. Estaríamos a voltar àquela conversa de outros posts anteriores.

Este é também o segundo de três tomos desta saga e a Erykah continua se buscando, explorando sonoridades novas, tentando manter-se fresca sem nunca se conformar com o protótipo imposto como única fórmula de sucesso e enriquecimento fácil, sem se furtar ao exercício do absurdo, como o gravar a música, que hoje em dia se quer cristalina com qualidade xpto, na banheira da sua casa-de-banho para criar naturalmente uma espécie de "efeito-túnel" e sobretudo, sem deixar de fora a sua veia de agent-provocateur que deveria estar listada como uma das condições irrevogáveis na definição de artista, pois quem não tem isso não pode passar de um simples entertainer. A arte cumpre (ou devia cumprir) um papel social de levantar questões e fomentar o alargamento de horizontes provocado por um crescimento forçado da mente, muito além da mera eficácia na pista de dança.

O vídeo do primeiro single foi realizado pela própria e é bastante controverso, pois ela vai fazendo uma espécie de strip-tease, despindo uma peça atrás da outra, orgulhosa das suas imperfeições e no fim... deixo-vos ver o clip, pois ela explica as razões da sua audácia no final.

Muito forte!

Mais uma vez ela colabora com diferentes nomes do Hip Hop, mas desta vez com resultados ainda melhores que na primeira parte da trilogia. O mambo está mesmo muito deka, vale absolutamente a pena checkar.

Janelle Monae vs Erykah Badu??? = Taco-a-taco, zero-a-zero no marcador, empate no trumunu. Não ganhou ninguém, ganharam as duas. Quer dizer, se fosse obrigado a escolher eu escolheria a Erykah pela consistência sonora ao longo dos anos, mas se for álbum vs álbum... tá calor. Empate mesmo.

01. 20 Feet Tall
02. Window Seat
03. Agitation
04. Turn Me Away (Get Munny)
05. Gone Baby, Don’t Be Long
06. Umm Hmm
07. Love
08. You Loving Me (Session)
09. Fall In Love (Your Funeral)
10. Incense (Feat. Kirsten Agnesta)
11. Out My Mind, Just In Time



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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

RJD2 - The Colossus

RJD2 é um produtor de Hip Hop que começou a sua carreira em Colombus, Ohio como DJ de um grande grupo do vastíssimo movimento underground da década de 90, os Mhz, do qual faziam parte os MC's Copywrite, Camu Tao e Jakki the Motamouth, todos eles debandando e tornando-se artistas solo que continuam a ser, excepto o Camu Tao que agora é artista no céu (ou no inferno dependendo do rácio pecados/boas acções que tiver realizado enquanto por estas terras de ninguém deambulou), mas que enquanto viveu deixou alguns registos, dois deles bastante interessantes e valorosos com dois outros amigos, o Cage e o Tame One (Artifacts).

RJD2 depois passou pela editora do Bobbito aka DJ Cucumber Slice, até que esta fechasse, passando para a Def Jux onde lançou os seus dois primeiros discos, o Deadringer e o Since we last spoke, dois álbuns onde predomina a vertente instrumental, apesar da ocasional participação dos seus amigos de Colombus. Ambos tiveram grande repercussão, mas no terceiro álbum o mano decide reinventar-se e começa também a cantarolar na maior parte dos temas e a tocar mais instrumentos ao invés de se dedicar exclusivamente ao sampling. O disco, The Third Hand, não era mau por assim dizer, mas tipo o amigo pobre e ofuscado dos dois primeiros, apagadinho, sem brilho.

Julgando por este quarto de originais, agora na sua própria editora, o Third Hand foi uma middle passage na busca de uma sonoridade cada vez mais sua, já que este Colossus está, nessa mesma onda, muiiiiiito mais refinado, conquistando facilmente o seu lugar ao sol e tornando-se discutivelmente no seu melhor álbum de sempre.

R. J. são as suas iniciais e já sabem que nos states o pessoal é muito rápido a abreviar os nomes dos kambas. Daí a RJD2 foi um instantinho de associação lógica, para um dos amigos fã do Star Wars, onde o robot kambuta, amigo do Chewbacca se chama justamente isso, RJD2.

Este álbum aconselha-se veementemente, pois até as cantorias algo exageradas no Third Hand, aqui mantêm-se sóbrias e discretas nunca chegando a incomodar. O melhor balanço do mambo para mim é sem sombra para dúvida o Shining Path com o agora cantorino Phonte Coleman. Catem o mambo enquanto o link bumba.

1. Let There Be Horns
2. Games You Can Win
3. Giant Squid
4. Salud 2
5. The Glow
6. A Spaceship For Now
7. The Shining Path
8. Crumbs Off The Table
9. A Son’s Cycle
10. Tin Flower
11. Small Plans
12. Gypsy Caravan
13. The Stranger
14. Walk With Me



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Seu Jorge & Almaz - Seu Jorge & Almaz

Há coisa de dois anos, António Pinto tinha a responsabilidade de compor a música para um filme de Walter Salles (creio que se trata do "Linha de Passe") e, no processo, juntou dois dos elementos do fenomenal grupo Nação Zumbi, Seu Jorge e ele próprio, contrabaixista que é. Ao que parece, a energia que rolou foi tão boa que resolveram desde aí que se iam juntar para fazer mais coisas. Essas "coisas" acabaram por ser 12 temas que constituem (mais) um álbum de versões, que parece ser a moda em 2010, não sei se alguma cartomante, ou talvez um génio do marketing, previu que este ano o mercado estaria muito inclinado para reciclagens, ou se a nostalgia se instalou na franja artística situada na faixa dos 30, a verdade é que eles têm abundado.

Este junta dois dos meus preferidos dos últimos anos na MPB, mas a verdade é que este álbum me deixou com a sensação de incompletude, tipo refeição sem sobremesa ou algo desse género. A culpa? TODA do Seu Jorge, que em alguns dos temas parece mais a querer estar a ofender os originais do que propriamente a homenageá-los, cantando de uma forma horrivelmente preguiçosa, a arrastar a voz intoxicada num tom meio mistura de "hey sente só o meu timbre profundo" e "puta-que-pariu cara, tou farto de gravar tantos takes, quero ir jantar porra". Isto passa-se sobretudo nos temas em inglês, com especial incidência no tema do MJ que sinceramente não percebo como todos concordaram que deveria ser incluído no disco. Eu oiço esse tema e penso no Seu Jorge como um concorrente no Ídolos ou uma merda dessas, a ser fortemente enxovalhado tipo um pascoalito qualquer. Este tema nem a instrumentalização sempre no ponto dos Nação Zumbi conseguiu safar.

Não tão horríveis estão as restantes versões em Inglês, apesar de nenhuma me tocar especialmente, a versão do Roy Ayers está uns buracos abaixo do bom, a dos Kraftwerk bof, nem quente nem frio, ouve-se. A melhorzinha acaba por ser um dos meus temas favoritos do disco, a Girl you move me dos Cane and Abel, sublime na execução instrumental e com a felicidade de o Seu Jorge ter preferido emitir uns grunhidos discretos ao invés de resolver cantar. Melhor ainda, a versão instrumental vem incluída neste pacote com vários temas além dos que estão incluídos no CD original.

Nas versões de MPB o Seu Jorge já é um pouco mais aproximado daquilo a que ele nos habituou, ou seja, assumidamente um cantor modesto que sabe não ter a melhor voz do mundo, mas que compensa com o sentimento que debita nas suas interpretações. Versões de artistas bem distintos e diversificados, com o ponto mais alto de toda esta mistela sendo a genialidade dos 3 músicos que acompanham o Seu Jorge neste disco conseguindo fazer tudo parecer muito coerente e coeso.

Se gostam de Seu Jorge pelos trabalhos que ele vos apresentou até agora esqueçam este disco, se não gostam de Nação Zumbi esqueçam este disco, se não suportam momentos desafinados por parte do vocalista esqueçam este disco, mas se são daqueles curiosos que vêem a sua curiosidade mais espicaçada quando lhes desencorajam de fazer algo acabando por fazer exactamente o contrário, então experimentem este disco que podem ficar agradavelmente surpresos.

1. Errare Humano Est (Jorge Ben)
2. Cristina (Tim Maia)
3. Everybody Loves the Sunshine (Roy Ayers)
4. Saudosa Bahia (Noriel Vilela)
5. The Model (Kraftwerk)
6. Tempo de Amor (Vinicius de Moraes e Baden Powell)
7. Tudo Cabe Num Beijo (Altemar Dutra)
8. Pai João (Tribo Massai)
9. Girl You Move Me (Cane and Able) ** Não Tenho Certeza **
10. Rock with you (Michael Jackson)
11. Cirandar (Martinho da Vila)
12. Juízo Final (Nelson Cavaquinho)

Faixas Bónus, não incluídas no CD

13. Reprise da faixa 09, sem vocal
14. Gafieira na Avenida (Eddie)
15. Carimbó (Nação Zumbi)
16. Sonantes - Quilombo Te Espera
17. Solaris
18. Los Sebosos Postizos - 2736 Km




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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

PPP - Abundance

Platinum Pied Pipers voltam com um segundo álbum onde cortam completamente com as participações de rappers amigos que ajudaram a povoar o país dos 3 P no disco de estreia, convenientemente intitulado Triple P, de 2005 (podem encontrar facilmente na blogosfera). Dupla de produtores, Waajeed e Saadiq (não o Raphael), com uma mistura de sonoridades fo-di-da na linha do Jay Dilla, Sa Ra Creative Partners (grupo daquele maluco que postei aqui, o Shafiq Husayn) e outros malucos de Detroit, aliando o antigo funk e soul à batidas boom bap onde qualquer KRS ONE iria sentir-se à vontade, sem colagens forçadas, tudo fluindo naturalmente como se estes jovens fossem centenários conservando o espírito e o coração abertos às sonoridades modernas. O primeiro é muito bom e aconselha-se, mas este segundo arrebatou-me mesmo, é uma rajada de autênticas pedras. Limitaram-se desta vez a um número reduzido de convidados que, participando em todas as músicas, acabam por aparentar fazer parte de um mesmo grupo, os enormíssimos, os incontornáveis, os demolidores, PPP. Façam um favor à vossa colecção de mp3 e adicionem-lhe este disco pois a cena está em braaaaaasaaa.

01. Angel (Feat. Coultrain)
02. Smoking Mirrors (Feat. Karma Stewart)
03. On A Cloud (Feat. Karma Stewart)
04. Luv Affair (Feat. Coultrain)
05. Go, Go, Go (Feat. Jamila Raegan)
06. Sanctuary (Feat. Coultrain & Jamila Raegan)
07. Ain’t No If’s Or Maybes (Feat. Coultrain)
08. Pigeon Hole (Feat. Coultrain)
09. Lovers & Haters (Feat. Coultrain)
10. The Ghost Of Aveiro (Feat. Coultrain)
11. Countless Excuses (Feat. Coultrain)
12. American Pimp (Feat. Neco Redd)
13. Dirty Secrets (Feat. Karma Stewart & Coultrain)
14. Rocket Science (Feat. Coultrain & Karma Stewart)
15. Goodbye/Abundance (Feat. Coultrain) (Hidden Track)



Catem o mambo nos comentários antes que o link se escafeda

domingo, 31 de outubro de 2010

É Dreda Ser Angolano - DVD


O mambo está finalmente disponível na tuga e na banda. Na tuga, para além das Fnacs de Alfragide e Chiado, podem encomendar relaxadamente e sem sair do sofá através do site da radiofazuma e na banda, para já mais vale deixar uma mensagem aqui, mas brevemente a Masta Kapa irá distribuir pelas lojas da costumeiras. Não sei exactamente a quanto as Fnacs estão a vender, mas no site da fazuma o mambo tá a 15€ e directamente da minha pata em Luanda são 1500 kzw. Senão têm a opção de esperar que a primeira remessa esteja despachada, após o que, iremos disponibilizar o doc inteiro para download gratuito.
Até qu'enfim, mambo ta'í.

Dreda Ser Angolano Treila from Fazuma on Vimeo.



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bill Withers vs Aloe Blacc

A competição não é propriamente justa per se, pois são dois álbuns contra um (apesar do Aloe Blacc ter outro álbum antes deste, não irei postá-lo para já), e porque estamos a comparar os anos 80 com uma tentativa contemporânea de os emular.

Tem havido uma tendência para isso recentemente e deve ter muito a ver com a crise e com a chegada do primeiro preto à casa branca, há um certo renascer de febrilidade reivindicativa, de luta por direitos civis, humanos, laborais e outros que se nos possam ocorrer.

Pelo menos há um certo nicho para quem isso está na moda e é para essas pessoas que álbuns como o "Wake Up" do John Legend, o "The Way I See it" do Raphael Saadiq e agora este "Good Things" do Aloe Blacc, são confeccionados.

Não quero implicar que sejam totalmente amorfos e cerebrais, pois estaria a incorrer numa perigosa presunção especulativa, baseada no meu crónico cepticismo no que toca às motivações do ser humano, até porque, mais nuns do que noutros, se sente a alma do artista a ser despejada sem contenção nos vários elementos que constituem uma canção ao transmitirem-nos emoções que sabemos instintivamente serem despoletadas apenas quando o nosso interlocutor é sincero.

Posto isto, o Aloe passou de rapper, para rapper/r&b, para full on neo-soul e se muito disso tem a ver com o palavras grandiosas tipo crescimento e evolução, muito terá a ver também com o "foca-te naquilo que os teus fãs mais apreciam em ti, já que não podes sobressair em tudo, dedica-te a uma coisa só", conselhos imparciais do seu entourage.

O disco está recheado de pérolas, para mim sobretudo no início em que o sentimento dos anos 70 está bem representado, depois disso começa a ficar um pouco monótono e forçado, deslocado do seu tempo, pois, admitamos, por mais que o Aloe queira, isto não são os anos 70 e se as influências dele são evidentes, a tentativa de reproduzi-las acaba por ser sempre o patinho feio andando na sombra dos grandes. Se este álbum tivesse saído na década que o artista tenta recriar provavelmente teria passado despercebido, perdido no meio de tantos discos do mesmo género, mas isto são 40 (!) anos depois e não deixa de chamar a atenção do nicho acima referido (do qual faço parte :) ) e ele vale pelo que vale, bons balanços, algumas letras muito boas, alguns sons com mais alma que outros, vale mesmo a pena, quanto mais não seja pelo tema que o propulsionou para a zona alumiada pelos holofotes do mainstream: "I need a dollar", que é também o tema do genérico de uma série nos states chamada How to Make it in America (não conheço, não sou muito das séries).

Vou meter a dika nos comentários, porque é álbum recente, por isso já sabem, os links andam a durar pouco.

Aloe Blacc - Good Things

01. I Need A Dollar
02. Green Lights
03. Hey Brother
04. Miss Fortune
05. Life So Hard
06. Take Me Back
07. Femme Fatale
08. Loving You Is Killing Me
09. Good Things
10. You Make Me Smile
11. If I
12. Mama Hold My Hand
13. Politician (Reprise)



Catar nos comentários


Bill Withers

Vou copiar o texto do blog de um zuka que me fez a papinha toda no que toca a um resumo do percurso do rapaz que fez o tema mais forte no álbum do John Legend :).

"O cantor e compositor William Withers, nascido no dia 4 de julho de 1938 em Slab Fork, West Virginia, teve sua grande chance através do tecladista Booker T. Jones, líder da banda Booker T. & The MG's. Os dois se conheceram em 1970, após um show dos MG's, e Jones ficou impressionado com a demo que Withers lhe mostrou, conseguindo para o cantor um contrato com a gravadora Sussex. Por essa época, Bill trabalhava como operário numa fábrica de aviões.

Em 1971, gravou dois discos, Man And Boy e Just As I Am. O segundo, produzido por Booker T. Jones e contando com a participação de Stephen Stills na guitarra, trazia a canção Ain't No Sunshine, que chegaria ao primeiro lugar do hit parade americano e daria a Withers o Grammy de melhor canção de rhythm & blues do ano. Still Bill, de 1972, incluiu o segundo grande sucesso de Bill Withers, Lean On Me.

No mesmo ano, Michael Jackson regravou Ain't No Sunshine. Na década seguinte, o músico continuou gravando, mas sem o mesmo sucesso. Seus discos passaram a trazer uma batida mais funkeada, em lugar da sonoridade típica do rhythm & blues dos anos 70."

Todos sabemos como o Bill se reacende nos ouvidos das gerações mais recentes e mais viradas para o cinema do que para a música: o filme Notting Hill inclui o tema "Ain't no Sunshine" num daqueles segmentos em que a música ganha protagonismo e o filme passa a ser um videoclip. Boom, lembramo-nos todos que o kota era muito forte e foi-se buscar os velhos e empoeirados disco de vinyl para se lembrarem os idos tempos da boa música, o que vem mais uma vez provar que a boa música continua a ser boa...40 anos depois! Pergunto-me se os meus filhos e netos vão curtir o "Candy Shop" da mesma maneira que eu curto estes dois álbuns do Bill. Deliciem-se.

Bill Withers vs Aloe Blacc - Bill Withers vence com dupla volta de avanço.

Bill Withers - Just As I Am (tirem o "just" do título e têm o título do terceiro da Alicia Keys)

01.Grandma's Hands
02.Everybody's Talking
03.Harlem
04.Ain't No Sunshine
05.Do It Good
06.Hope She'll Be Happier
07.Let It Be
08.I'm Her Daddy
09.In My Heart
10.Better Off Dead
11.Moanin' And Groanin'
12.Sweet Wanomi



Catem o mambo aqui


Bill Withers - Still Bill

01.Lonely Town, Lonely Street
02.Let Me In Your Life
03.Who Is He And What Is He To You
04.Use Me
05.Kissing My Love
06.I Don't Know
07.Another Day To Run
08.I Don't Want You On My Mind
09.Take It All In And Check It All Out
10.Lean On Me



Catem o mambo aqui

domingo, 24 de outubro de 2010

Kutiman - O simpático israelita

No outro dia o meu brother Kabuenha me pediu para sacar para ele o álbum de um tal de Kutiman. Me passou um vídeo no youtube e eu fiquei tipo "Xêeeee esse mambo é muito raro". Tratava-se de um novo conceito de álbum/vídeo que estava mesmo à espera de ser explorado, muito provavelmente já o é há um tempo porque este já está num nível muito avançado para ser o pioneiro. O "álbum" é gratuito e nem podia ser de outra maneira, já que as composições são feitas de retalhos de vídeos postados por diversos youtubianos por este mundo fora.

Mas vamos por passos. O primeiro álbum e homónimo do dreda é de 2007 e é muiiiiiittooooo forte! O mano é israelita, estudou piano aos seis e bateria e violão aos 14. Aos 18 bazou para Tel Aviv para estudar e um desses dias, sintonizando a rádio da universidade, foi introduzido a sonoridades jazz muito distintas das clássicas que ele estaria habituado a ouvir. Uns tempos depois, ou por outra, há muito pouco tempo atrás, tipo uns 5 anos, um kamba e actual parceiro musical, apresentou-lhe o funk (pois é, o brother não conhecia JAMES BROWN em 2005) e o afrobeat e o papoite delirou quando sentiu a vibe do Fela, mais ainda porque os nomes deles são bwé parecidos, o nome de registo do Kutiman é Ophir Kutiel, o do Fela, para quem teima em não conhecer, é Kuti, daí o dreda se baptizar com tal nome artístico, não querendo implicar que o Fela fosse Kutichild, ou sugerir tendências homossexuais apresentando-se como o "homem do kuti", mas era mesmo só para ter Kuti no nome artístico. (fonte: Wikipédia. É bem interessante a apresentação da aparição deste jovem na cena internacional).

Só vos digo que o mambo vale a pena checkar, quanto mais não seja por mera curiosidade de explorador sonoro.

Kutiman - Kutiman

Aqui vos meto o primeiro álbum. Vão pegar o link no blog deste ciente e vão dedicar uns minutos do vosso dia a explorar o à vontade com que o filho da terra ocupada se passeia pelos mais diversos meandros musicais que o inspiram. No Groove Where I Come From e Losing It são para já os meus temas favoritos, mas o resto também bate de caralius. O álbum foi recebido muito positivamente pela crítica se é que a Pitchfork vos serve de referência :)



01. Bango Fields
02. No Reason For You (feat. Elran Dekel)
03. Take A Minute
04. No Groove Where I Come From (feat. Elran Dekel)
05. Losing It (feat. Karolina)
06. Skit
07. I Just Wanna Make Love To You (feat. Chaka Moon)
08. Chaser
09. Once You're Near Me (feat. Elran Dekel)
10. Escape Route
11. Trumpet Woman (feat. Karolina)
12. Music Is Ruling My World (feat. Karolina)
13. And Out




Catem o mambo neste blog aqui


Kutiman - ThruYOU

Epá eu podia vos falar bwé deste conceito e da mestria com que o Kutiman o manipulou, mas acho melhor vocês verificarem com os próprios olhos e depois descarregarem o álbum se gostarem do que virem. Prestem atenção que o álbum INTEIRO tem vídeos, logicamente que, apesar de isso ser algo trabalhoso ao nível de sincronização, é mais que possível SEM BUDGET, pois os vídeos foram o próprio material samplado, cortado, rearranjado para soar como uma produção qualquer. Vejam pois os vídeos e se gostarem, peguem o álbum no link que vos disponibilizo. Podem também ler no link da wikipedia encima as palavras do próprio kutiman para descrever como foi que a ideia lhe apareceu, é sempre interessante perceber como as coisas mais originais podem surgir da carência de condições e/ou de inofensivas experiências inconsequentes, ao invés de consistentemente maquinadas e confeccionadas para causar um qualquer efeito no cérebro do ouvido que recebe do outro lado dos fones.

Neste link vocês podem escolher entre sacar as músicas individualmente, ou sacar o álbum inteiro e podem também visionar todos os vídeos correspondentes. Se escolherem ver pela maneira tradicional do youtube, prestem atenção aos vídeos que aparecem na barra lateral, pois trata-se dos vídeos originais que foram samplados pelo kutiman. Entretenham-se a descobrir o sample :).

01. The Mother of All Funk Chords
02. This is What it Became
03. I'm New
04. Babylon Band
05. Someday
06. Wait for me
07. Just a Lady



Peguem o mambo aqui

sábado, 16 de outubro de 2010

Mos Def - Taxi e Cream of the Planet

Por razões autorais, ou seja, politiquices da indústria, estas músicas acabaram por não existir oficialmente, tendo que ficar de fora do primeiro álbum de Ski Beatz como produtor, que num acto meio de orgulho, meio despeito, resolveu deixar os instrumentais no fim do disco com resultados duvidosos, tendo em conta as bombas atómicas que eram com o maior-que-o-sistema-solar Mos Def.

A boa notícia é que, as músicas existem para download na internet e, logo, para os ipods de quem quiser juntá-las a sua colecção de pérolas.



John Legend & The Roots - Wake Up!

Já gostei bwé do Legend. Depois o meu interesse por ele foi-se desvanecendo, apesar de nunca o ter achado mau, só assim meio chatinho e repetitivo, mas eis que ele consegue reconquistar a minha atenção com um disco de versões.

O mais forte é que, ao contrário dos discos que fazem versões de Bossa Nova, as músicas escolhidas pelo Legend não são as mais óbvias de todas, apesar de muitos dos artistas serem pesos pesados na turma da black music americana. Assim, por exemplo, não se refaz um tema de James Brown e pega-se, ao invés disso, num ilustre desconhecido (para a maioria), o Baby Huey, rapaz muito talentoso mas que morreu muito cedo deixando um único registo fonográfico do caraliu! Tem outros nomes assim mais ao lado que só os pesquisadores de samples no hip hop reconhecerão, como Ernie Hines ou Donny Hathaway, mas claro, não podia falhar um Marvin Gaye e uma Nina Simone, não fosse este um álbum de versões de música com mensagem. Desenganem-se no entanto os que esperavam ouvir Sexual Healing ou Feeling Good, pois, como já referi, este não é um álbum das versões óbvias, mas das versões (que os artistas acharam) relevantes.

John Legend kangou para assisti-lo na tarefa, a banda de hip hop por excelência, os The Roots. Um trabalho que começou a ser costurado com a campanha presidencial de 2008, aquela mobilização quase rídicula para apoiar a Barraka Abana Hussein, que inevitavelmente criou uma atmosfera electrizante que trouxe à memória outras manifestações, idosas de décadas, por direitos sociais mais fundamentais no país do Tio Sam.

Os The Roots fizeram um trabalho muito bonito, mantendo-se mais do que fiel às originais (alguns dos temas são tão parecidos que quase parecem tocados pela mesma banda, na mesma época, só num dia diferente), adicionando-lhes no entanto uma pitada de modernidade, tanto com o inevitável swing acumulado de várias influências musicais contemporâneas, como com a adição de MC's talentosos e adequados para a missão (não há um deslize forçando um Lil' Wayne ou Drake para chamar atenção de potenciais compradores).

Fiz questão de ir procurar as originais e compilá-las na mesma ordem que estão no álbum do Legend para vocês poderem se divertir com as comparações, mas sobretudo para se lembrarem que BOA MÚSICA NÃO ENVELHECE!!! (Porra o tema do Bill Withers me arrepia, me faz dar cambalhotas emocionais e lagrimar de tão puro, real e sentido!)

01. Hard Times
02. Compared To What
03. Wake Up Everybody
04. Our Generation (The Hope of the World)
05. Little Ghetto Boy (Prelude)
06. Little Ghetto Boy
07. Hang On in There
08. Humanity (Love the Way It Should Be)
09. Wholy Holy
10. I Can't Write Left Handed
11. I Wish I Knew How It Would Feel to Be Free
12. Shine



Catem o mambo nos comentários e RÁPIDO porque a indústria anda a ocupar-se de apagar estes links em coisa de dias.


John Legend & The Roots - Os Temas Originais

01. Baby Huey & The Babysitters - Hard Times
02. Les Mccann & Eddie Harris - Compared To What
03. Harold Melvin & The Bluenotes - Wake Up Everybody
04. Ernie Hines - Our Generation (The Hope of the World)
06. Donnie Hathaway - Little Ghetto Boy
07. Mike James Kirkland - Hang On in There
08. Prince Lincoln & The Royal Rasses - Humanity
09. Marvin Gaye - Wholy Holy
10. Bill Withers - I Can't Write Left Handed
11. Nina Simone - I Wish I Knew How It Would Feel to Be Free



Catem o mambo aqui. Não, se calhar é melhor também nos comentários, não vá o diabo tecê-las.

Kukiela (Aline Frazão) - Primeiro Mundo (Só de Brincadeira)

Minha amiga Aline, cada vez melhor, essa miúda vai dar muito que falar. Aquela voz não lhe chega, também tem já de compor assim? Continua assim minha kamba, a cantar e a inspirar.

Vos deixo o vídeo, a letra e o blog da menina se quiserem ir consultando as novidades que ela vai postando

O blog da Kukiela



PRIMEIRO MUNDO (SÓ DE BRINCADEIRA)

Eu não sei porquê

Há um incêncio dentro de cada janela e se vê

Eu não sei porquê

Este incêncio que arde dentro,

Come o corpo todo e a gente finge que não vê, finge que não vê

Mas por dentro arde, como não vai arder?

Se na minha terra não tem pra comer

Já quase creio que não tenho o direito de ser alguém

E por isso arde, ter de dizer adeus

Sem saber se o deserto me vai vencer

Juntar os últimos sonhos com a roupa do corpo

Partir por mim e pelos meus

E afinal, tem que haver algum deus…

Mas por dentro arde, como não vai arder?

Se chegando no Primeiro Mundo

Me sinto mais esquecido do que era no Segundo

Arde, o carimbo de ilegal, preconceito racial

Só por ter nascido mais ao Sul

Xé, gente do Primeiro Mundo

Pais da civilização

Por não ter um papel acabei numa prisão

Xé, gente da terra inteira

Queima o fogo da desilusão

Esse primeiro mundo é só de brincadeira, só de brincadeira

E você finge que não vê

Tens que entender que não há diferença entre nós

É a mesma essencia

E se a minha liberdade não existe a tua é só aparência

É só aparência e você finge que não vê…

Primeiro mundo só de brincadeira, só de brincadeira!


E se ainda não cataram a primeira maquete da rapariga, já o deviam ter feito, pois já a disponibilizei aqui há bwé de tempo. Verifiquem o post aqui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Bibi Tanga & The Selenites - Dunya

Logo de entrada, eu não percebo porquê que esses sites de "world-music" insistem em atribuir a este rapaz a naturalidade Centro-Africana, como se o facto de SER dessa minúscula república, que se situa como o nome indica de maneira inequívoca, no centro de África, lhe atribuísse alguma credibilidade acrescida, como se a música por si só não bastasse, como se o facto de ele não ser "africano suficiente" o descredibilizasse como artista "world-music". Felizmente que é preto senão podia ser difícil de vender o conceito de um filho de diplomatas que por força das vicissitudes (golpe de estado né? o quê mais?) passaram à exilados políticos.

O Bibi nasceu em Paris e só foi conhecer a terra DOS SEUS PAIS aos 2 anos de idade, DE FÉRIAS! É portanto um francês de origem centro-africana, ponto final.

O que ele acumulou em termos de diversidade musical e cultural é outra história e pode obrigar-me a ser um pouco mais daquilo que o mundo precisa, flexível na minha rigidez, pois são claras as vincadas influências de música africana (cimentadas aliás com temas interpretados num dos idiomas locais, o Sango, idioma do qual o disco pede emprestado o seu título "Dunya" que significa "existência"), funk pesadão dos anos dos blaxploitation, até aos grooves mais pesados de clara influência hip hop, cortesia dos samples sinistros do seu parceiro no crime Professeur Inlassable.

O que mais me tira do sério neste disco são sem dúvida as linhas de baixo estonteantes de tão sinuosas, mas o disco tem muito mais que isso, incluíndo as letras que cobrem vários tópicos de sociedade ora com alguma seriedade, ora de ânimo leve. Bem equilibrado. Vale a pena checkar.

01. The Moon
02. Red Wine
03. Swing Swing
04. Dunya
05. Pasi
06. Let Them Run
07. Gospel Singers
08. Be Africa
09. Shine
10. Bonjour Mon Ami Jean
11. Goodbye
12. It`s the Earth That Moves



Catem o mambo nos comentários do sópedrada aqui

PS. Só tem um problema (grave): as faixas estão mal nomeadas nos ficheiros mp3, o que faz com que o tema "Goodbye" esteja com o título "Redwine" (por exemplo) e por aí em diante. Tá tudo lixado! Curtam o som pelo som, e se fizerem questão, descubram os títulos que correspondem as músicas.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quando o Hip Hop encontra o Reggae/Dub

Nos últimos anos com a digitalização do mundo e de tudo o que o incorpora, o protagonismo tem sido retirado das grandes editoras/produtoras responsáveis pela edição de 95% da música que passa na MTV/rádios ou dos filmes que chegam ao grande ecrã. Muitos dos artistas que não se conseguem enquadrar nos limitados padrões predefinidos das editoras, aqueles que eles sabem como vender, para os quais as fórmulas de marketing e o público alvo já estão claramente identificados, vêm-se relegados à músicos de taberna ou dj's do bairro, com uma palmadinha nas costas tranquilizando: "isto é muito bom, só não tem AINDA potencial de massas. Um club anthem aqui, uma rima mais burra ali e volta a trazer a demo".

Pois bem, uma das grandes vantagens de ferramentas como a internet é que permite este tipo de passa-a-palavra que muitas vezes se tornam fenómenos de massa (ver Zeitgeist, Danger Mouse, ou a aberração do Justin Bieber), o que muitas vezes inverte a ordem piramidal da ciência da informação, forçando menções públicas de coisas que começaram como murmurinhos no subsolo.

Os discos mash-up também não aparecem do nada. Há já muitos anos que os DJ's de mixtape (quando a palavra TAPE ainda significava fita/k7) misturam pontualmente accapellas de uns artistas com instrumentais de outros, por isso, o salto não é assim tão ilógico. Se não estou em erro, o boom foi com o Black Album do Jay-Z, para o qual ele disponibilizou os accapellas e que resultou nuns 100 álbuns de remisturas, dentre os quais alguns MUITO bons, nomeadamente o Grey Album, uma das provas vivas do que acabei de dizer no parágrafo anterior, propulsionando o produtor Danger Mouse (Gemini, Gnarls Barkley, Gorillaz, Beck) para o estrelato do dia para a noite.

Alguns anos depois, já perfeitamente aceite como artístico o disco mash-up, pelo menos no formato mp3 e download grátis do site oficial, eis que nos dois últimos anos PELO MENOS dois produtores revelaram-se bastante prolíficos nesse domínio apresentando trabalhos interessantíssimos.

J. Period c. K'naan - The Messengers

Aqui está um projecto que lapida um pouco mais o conceito bruto do simples disco-remistura, onde o produtor (anteriormente de mixtapes) J. Period recruta a parceria do K'naan na homenagem a artistas que se construíram fazendo mais do que simplesmente música de dança, insistindo no conteúdo, musicando injustiças sociais e cantando as suas utopias dilaceradas pelo mundo real. Eles foram os mensageiros, veiculadores de um discurso que nos segurava pelos tomates e nos enviava calafrios pela espinha, ossadas e costados. Eles são imortais e continuarão a ser impingidos às gerações vindouras num formato papinha cerelac que lhes seja mais familiar e mais assimilável. Aí está uma das grandes vantagens do sampling, quando esse propósito se cumpre, há que se bater pala, dobrar-se solenemente para uma merecida vénia e deleitar-se com o resultado.
Estes jovens homenageiam 3 figuras imponentes da música mundial que eu nem vou me dar ao trabalho de apresentar. Investiguem vocês próprios.

Behind the Scenes:



Tomo I: Fela Kuti

1. Introduction to Fela Kuti
2. Let’s Start (Messengers Remix)
3. Let Me Introduce Me (Messengers Remix)
4. Messengers and Prophets (Interlude)
5. Ololufe Mi (Messengers Remix)
6. Who is Fela? (Interlude)
7. Got My Dream (Messengers Remix)
8. The Story of Fela (Open & Close)
9. Gentleman feat. Bajah (Messengers Remix)
10. Perceptions of Africa (Interlude)
11. Africa (Messengers Remix)
12. Africa Unite (Outro)

Catem o mambo aqui


Tomo II: Bob Marley

1. Introduction to Bob Marley
2. Belly Full feat. Kardinal Offishal, Steele & Bajah (Messengers RMX)
3. War Through Poetry/Sun Is Shining (Interlude)
4. Shot the Sheriff (Messengers RMX)
5. Fighting a War (Interlude)
6. Johnny Was feat. Netic the Rebel (Messengers RMX)
7. Need You So (Wailers Interlude)
8. My Country/Small Axe (Messengers RMX)
9. Love Lights Burning (Interlude)
10. Fatima-Stir It Up (Messengers RMX)
11. Satisfy My Soul (Outro)

Catem o mambo aqui


Tomo III: Bob Dylan

1. Introduction to Bob Dylan
2. Rhythmic Poetry (Interlude)
3. Don't Think Twice (Messengers RMX)
4. No Great Message (Interlude)
5. 4th Time Around (Messengers RMX)
6. Voice of the Other Side (Interlude)
7. Lay Lady Lay (Intro)
8. Relationships Lay (Messengers RMX)
9. This Is a True Story (Interlude)
10. Hard Rain (Messengers RMX)
11. It's Alright, Ma (J.Period RMX - Bonus Track)

Catem o mambo aqui


Podem também consultar o site oficial, onde poderão ver (lado esquerdo) outros projectos do J.Period remisturando artistas de renome tais como Lauryn Hill, Nas, The Roots e Q-Tip... tudo topo de gama.


Max Tannone c. Mos Def e Talib Kweli

O Max fez aqui um trabalho sentido, com duas figuras mais icónicas do hip hop consciente, misturando (a maior parte das vezes) quase a perfeição grandes riddims do reggae/dub às letras perfurantes destes liricistas por excelência. Duas autênticas bombas, indo a minha eleição para o do Mos Def que rebenta a escala. Para aqueles que gostam de ir averiguar as músicas sampladas/incorporadas no instrumental final, o Max providencia uma lista em formato .txt onde os mash-ups estão detalhadamente discriminados. Pura delícia que traz um ar fresco a temas que já vão tendo 10 velinhas.

Mos Def - Mos Dub

01. Johnny Too Beef
02. History Town
03. Ms. Vampire Booty
04. In My Math
05. Travellin’ Underground
06. Shroud The Stars
07. Mr. Universe
08. Summertime Running
09. Kampala Truth Work
10. Hurricane Black

Catem o mambo aqui


Talib Kweli - Dub Kweli

01. Your Gospel
02. Country Of Loving (Feat. UGK And Raheem Devaughn)
03. Ms. Good Lady (Feat. Mos Def And Ghostface Killah)
04. Panta Move
05. Garvey Gets By
06. More Or Less Dub (Feat. Dion)
07. Words High (Feat. Kanye West And Common)
08. Mourning Unknown
09. Listen Fe
10. Away Dub (Feat. Zap Mama And Common)

Catem o mambo aqui

Consultem o site do indivíduo para outras avarias (Beastie Boys e Jaydiohead) que saiem um pouco do universo deste post.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Paulo Flores - Ex-Combatentes

Um dos meus primeiros posts neste blog foi de um disco ao vivo do Paulo Flores e, depois disso, já postei aqui o disco Recompasso, que me acompanhou numa viagem de carro juntamente com In Square Circle do lendário Stevie Wonder. Assim sendo, não me vou repetir nos elogios sempre merecidos dessa grande figura da nossa música.

Por mais questionáveis que sejam as opções/cuidados que toma com a sua imagem (quem ainda consegue não estar saturado de o ouvir/ver como imagem de marca do BFA? Os spots repetem tanto que acabam por diminuir a vontade de lhe ouvir a voz fora desse contexto), os seus discos são um atestado permanente à sua evolução enquanto músico e ser humano, ...
pronto, já estava a apanhar balanço para desenrolar essa fita dos elogios que acabei de dizer que não faria. Oiçam simplesmente essa obra prima em três tomos.

Viva o Paulo (e porrrraaaaaa, por tudo que é mais sagrado, rescinde lá esse contrato com o BFA, estamos faarrrtooooooos)!!!

Cd.1 ( Viagem )

01 Nzage
02 Diarabi
03 Hoji Ya Henda
04 Fela no Marítimo da Ilha
05 Pé na Lama
06 Camarada Kill Bill
07 Emancipada Terra
08 Morre Bem
09 Parabólica

Cd.2 ( Sembas )

01 Caboledo
02 Sembinha
03 Maravilhoso 1972
04 Meu Amor Quando me Beija
05 Ndapandula
06 Ser da Lata
07 Fundo do Poço
08 Som D’Agosto
09 Rumba Nza Tukiné

Cd.3 ( Ilhas )

01 Eu Quero é Paz
02 Samba em Preludio
03 Filhos da Kianda
04 Gepê
05 Contratempo
06 Reencontre
07 Funana di Nha Filo
08 Mudjer di Artista
09 Amba




Download dos 3 mambos em 2 files aqui e aqui