Isto é um espaço pessoal, aqui hei de meter essencialmente música que de alguma maneira me moldou, mas posso ter alguns desvarios eventuais. Se algum artista se sentir "roubado" por ter a sua música partilhada, que mo indique, para que eu possa apagá-la com a máxima prontidão
Depois de Tété, Totó, do Senegal a Angola. O Totó começou a dar nas vistas há uns anos, tocando em eventos culturais pequenos (tipo "Artes ao vivo" onde também se fez notar o Shunnoz). As suas letras divertiam toda a gente o suficiente para criar aquele murmurinho que levanta a curiosidade e que se transforma em avalanche ensurdecedora de mito/lenda urbana e que tem como desfecho mais natural a gravação de um cd. O Totó será talvez (para mim) o maior paradoxo da música contemporânea angolana, um total destruidor de estereótipos, ou se calhar, apenas a excepção que confirma a regra. Olhando-se para ele, parece um rapper ordinário, daqueles que grifam à MC e curtem girar com MCs mas que depois não dão uma p'ra caixa, os chamados "wack mc's". Se tivermos em atenção as participações nos trabalhos de outros artistas, ninguém nos pode confundir mais do que o Totó pois, ao mesmo tempo que tem colaborações com gajos mauusss da nossa praça tipo Matias Damásio, faz também muitos coros malaikos com rappers de quinta categoria, parece pouco criterioso e acaba por fazer coisas bwé banais. Mas aqui no disco dele a história é outra. Este é um dos discos que me deu mais prazer ouvir nos últimos anos, arrisco mesmo a dizer que um dos melhores da música jovem angolana, ou da música angolana só. Extremamente inovador nas suas composições e interpretações, o Totó tem aquela capacidade ja quase extinta de nos fazer dar gargalhadas a um dado momento e arrependermo-nos disso no instante seguinte (logo no som de abertura), as suas narrativas são muito vívidas, intensas e ... bwéeee mwangolés, ao contrário de uns e outros que criam universos de fantasia e emulam a vida e a música dos ídolos americanos/brazukas/tugas que lhes influenciaram. Totó não se contenta com a simples e fácil cançonete de amor e quando o faz falha miseravelmente, caíndo exactamente no estereótipo de tantos R Kellys que cirandam por aí. Felizmente esses momentos menos brilhantes no disco estão em franca minoria e não são suficientes para manchar irrecuperavelmente a fantástica impressão que ele criou em mim com "Que fim-de-semana", "Abra a Porta","Este não é Marido", "Eu Vou" (mwangolê aqui chora) e outras. Para mim, ele é quase como um MCK do R&B/Soul/o-que-lhe-quiserem-chamar angolano e das coisas que mais gostei de receber este ano (obg Nguimbola). 01 - Que Fim-de-semana 02 - Abra a Porta 03 - Este Não é Marido 04 - Eu Vou 05 - Histórias da Vida 06 - Meu Sonho 07 - Saudades 08 - Estou Seguro 09 - Ame Ndukussole 10 - As Portas se Abrirão 11 - Amor não Correspondido 12 - Calma
O único mambo que encontrei dele no youtube é uma remix do DJ Buda de um som inédito chamado "Menina Perdida".
Este é o próprio personagem. Bem estabelecido em França, altamente estranho para o resto do mundo, mesmo se os 3 álbuns que aqui partilho convosco sejam de uma musicalidade lindíssima, com todos os pequenos defeitos que tornam a coisa mais perfeita: não é um grande cantor se usarmos como critério a capacidade em saltitar de nota em nota, não tem uma voz de derreter gelados no inverno, mas consegue encantar com o seu canto sentido, é PURO. Foi o meu puto que mo mostrou pela primeira vez e eu curti logo de primeira e garanto-vos que não é necessário entender o que ele diz, porque mesmo os (poucos) franceses que eu conhecia e que gostavam dele não percebiam porra nenhuma dos textos. Nascido em Dakar, Tété ("O guia" em wolof, sua língua mãe) vai para França com dois anos, aos nove entra numa escola de música mas fica só um ano. Com 16 parte a perna e tendo que pausar quieto uns tempos, experimentou a guitarra para passar o tempo... granda estrilho, vejam lá no que deu. Inspirando-se em Dylan, Hendrix, Marley e outros grandes, o puto começa a criar as suas próprias composições. Mas a grande revelação e o ponto de reviravolta na vida de Tété é quando ele escuta a música do seu contemporâneo, Keziah Jones (outro que me foi apresentado pelo meu puto) e, mesmo com um diploma no bolso, Tété decide errar nas ruas e bares de Nancy com a sua guitarra, vagabundagem voluntária (tal qual o Keziah). Depois do teste piloto, ele segue para Paris, onde as oportunidades abundam e faz a mesma coisa... o resto é história.
Tété - L'Air de Rien(o meu preferido)
1. Le Meilleur Des Mondes 2. Passage Brady 3. Love Love Love 4. Me Ressourcer 5. Le Magicien 6. Dodeline 7. Le Bonheur 8. Cousin Willy 9. L' Air De Rien 10. L' Abominable Hyde 11. Honni Soit 12. Les Envies 13. Aisé 14. Eleanor Rigby
(Clip biznado do Bob Dylan, não é uma das melhores músicas do disco)
1. A La Faveur De L'Automne 2. Emma Stanton 3. Le Songe De Marie 4. La Ballade De Oogie Tsuggie 5. Les Matins De Peu 6. Montréal 7. Ton Absence 8. Le Retour D'Ootsie-Putsie 9. Une Bonne Paire De Claques 10. Je L'Appelle De Mes Voeux 11. La Pudeur 12. La Tchave 13. Inspiration Et Circonstances 14. Le Long De La Grève 15. Routine 16. Ces Grands Moments De Solitude 17. Flou
Tété - Le Sacré des Lemmings et Autres Contes de la Lisière
1. L'Aube Des Lemmings 2. Fils De Cham 3. Anna Lee Soleil 4. Madeleine Bas-De-Laine 5. La Relance 6. Comme Feuillets Au Vent 7. Caroline Oh Yeah Hey ! 8. A La Vie A La Mort 9. Le Sacre Des Lemmings 10. A Flanc De Certitudes 11. Mon Trésor 12. Par Monts Et Vallons (Le Long De La Route) 13. Les Visages Et Les Moments 14. La Croisée Des Chemins 15. Le Crépuscule Des Lemmings
Muito pouco a dizer e muito muito boa música pra se ouvir... Esse madié tá simplesmente no top do game... hehehehehe
Tracklist:
1 Renaissance Man Prod. By J-Dilla 2 So What You Sayin Prod. By J- Dilla 3 Bitches And Drugs Prod. By J-Dilla
4 Dimthyltriptamine Prod. By J-Dilla
5 Be Easy 6 My World (Nas Salute) 7 Get Em' Prod. By Mr. Porter Feat. Guilty Simpson And Mr.Porter 8 My Uzi Weighs A Ton Prod. By Thom Yorke 9 Victory Is In My Clutches 10 Hard To Get Prod. By And Feat. Mr. Porter 11 Somethin To Hold On To Prod. By Nottz 12 I Feel Good
9th Wonder & Murs disponibilizaram este EP gratuitamente... Vale a pena... Ainda mais sendo de borla...
Tracklist: 1. The Intro 2. Are You Ready? 3. Nina Ross 4. Free 5. And I Love It 6. Pusshhhhhh 7. It’s For Real 8. Marry Me 9. Love the Way 10. Mursinatra
Nos últimos anos apareceram uns ndengues produtores com alto nível aí no circuito português. Ndengues que começavam a ter os dedos a picar e não podiam mais esperar que um golpe de sorte os trouxesse um dos muitos"cabecilhas" do "movimento" à casa para ouvir a panóplia de instrus que já tinham e que acabassem por levar um ou outro e decidissem usá-los nos seus discos, que passariam então a introduzi-los no circuito "duro". Esses putos acabaram por dar conta que havia outro circuito mais "esponjoso" e muito mais abrangente, onde poderiam disponibilizar o seu talento progressivamente sem se preocuparem se vai chegar aos ouvidos do Tim Maia ou do Trio Mocotó. Esse circuito é o da vasta rede acessível em um ou dois clicks, a internet. Todos esses miúdos têm um myspace, alguns têm sites particulares e QUASE todos já têm álbuns de instrumentais para download gratuito. Assim pude tomar contacto com variadíssimos produtores com bwé de talento e penso aqui no Darksunn, no Raze, no Mek0, no Kooltuga, TH, entre outros... há mesmo bwéeee. Assim, depois do álbum do El Mago há umas semanas atrás, vos apresento outro produtor que evoluiu prá caralho nos anos recentes, Rayman C. O puto passou do "Ilusão" no álbum do Scratch (um instru que curto muito), a um monte de instrumentais altamente copiados no 9th Wonder e que lhe mereceram SEMPRE duras críticas e consequente desligar de ficha da minha parte, chegando finalmente à mais esta estação, Aura 1970, o seu primeiro álbum de instrumentais. As influências do 9th Wonder ainda estão muito patentes, mas sinceramente, o miúdo está a encontrar com grande classe a maneira de forjar a sua sonoridade e acreditem quando vos digo, estes instrus têm maínga, a coisa está mesmo muito bonita. A continuar assim, o ndengue não demora muito até se instalar confortavelmente no circuito "duro", está muito, mesmo muito consistente. Parabéns Rayman C.
A pedido do n'dengue quem, Mekhi, aqui vão 3 álbuns anteriormente postados aqui e cujos links se fatigaram da espera que alguém lhes downloadasse. Infelizmente dois deles são rapidshare, foi o que encontrei, só o do Manecas é que tive de fazer re-up e voltei a meter no zshare.
... mas só nas ondas sonoras e (para os que acreditam) na rectidão do seu espírito que para sempre ficarão marcados nas memórias dos seus contemporâneos que têm agora a missão de a passar às vindouras gerações. Um assobio mô kota, um assobio pela tua memória, que possámos um dia nomear-te profeta, quando finalmente conseguirmos nos "reunir" naquele funji de domingo. Muito obrigado por tudo. 1948 - 2008
Amizades, vou para angola daqui a dias e, como vou por lá ficar até depois das benditas eleições, tive a ideia de (mais uma vez) tentar fazer um documentário sobre as mesmas (eleições) na perspectiva de quem em 92 não tinha idade para votar e que agora vai votar pela primeira vez, etc etc... Como para o angolano os projectos não avançam sem "patrocinio", vim fazer um apelo (quase) desesperado no sentido de alguém me arranjar(emprestar, alugar, entre outros porque não tenho massa pra comprar) o utensilio essencial para qualquer documentário, A CÂMARA, pois isso mesmo, ideia sem matéria prima.... Por isso, quem quiser "patrocinar" contactar-me via e-mail katalahary@hotmail.com
Estes brothers são fortes. Devo admitir que as "filosofias" e as "religiões" sendo sempre sectárias e cheias de muita treta esotérica, me cansam e causam erosão no meu interesse. Mas quando consigo fazer abstracção de todo o cliché e lero lero guardando apenas a musicalidade e os temas mais terra à terra, é aí que me torno um graaaaaaaaaaaaaaaaaaaaannde fã de reggae. Os Ponto de Equilíbrio são brazukas, uma das muitas bandas de bom reggae que tem por lá (pensem Nativus, pensem Planta e Raíz, pensem Djambi) e este é o último álbum de originais dos manos. A dika tá doce e eu lembrei de por aqui agora porque NA TERÇA FEIRA, dia 15 (amanhã) eles vão tocar aqui em Lisboa, no Domus. A dika tá a 12€ e vai ter uma primeira parte dos Terrakota, se alguém que lê isto nunca os viu ao vivo, deveria aproveitar, os mwadiés fecham a conta.
Ponto de Equilíbrio - Abre a Janela
01 - Janela da Favela 02 - Verdadeiro Valor 03 - Menino João 04 - Poder da Palavra 05 - Soul Rebel 06 - Tão Bela 07 - O Inimigo 08 - Só Quero O Que é Meu 09 - Velho Amigo 10 - Quem Sabe...(Salomão) 11 - Lágrimas de Jah 12 - Graças e Louvores
(Xê me pareceu ver aí um dred com a t-shirt do FC Porto...mmhh?!)
Esse é o livro que estou a ler agora e queria aconselhá-lo a toda gente. Na verdade queria fazer um pouco mais do que isso, tinha pensado em comprar uns 5 e oferecê-los, mas tive de reduzir as minhas ambições a 2 ou 3 porque o livro em português é 3 vezes mais caro. PORRA! Custou-me 6,50€ em frança (edição de bolso), custa 19 aqui na tuga (edições Asa), isso só pode desincentivar a leitura num país que tem carência de intelecto. O kota Jean Ziegler é um velho daqueles bem rabugentos que no entanto nos mostram que a máxima: "Se não és socialista aos 20 não tens coração, se ainda o és aos 40 não tens miolos" é uma granda cantiga de Quim Barreiros de velhadas que querem justificar os seus comportamentos egoístas sem que a moral lhes possa pesar. Alter-mundialista convicto, sempre se bateu pelos direitos humanos e pelo acesso aos bens básicos que uns e outros tornam escassos para seu proveito pessoal. É suiço e alto crítico do seu país, acusando-o em dois dos seus livros de ser o banco dos nazis e explicando pormenorizadamente como a Suiça enriqueceu fechando os olhos à barbárie e ao genocídio de milhões e como continua a fazê-lo contemporâneamente. Neste livro ele fala da "refeudalização" do mundo e como uma nova classe de capitalistas que ele apelida de "cosmocratas" se está a apoderar de tudo o que a natureza nos fornece gratuitamente (água, plantas e não tarda muito, o ar), patenteando códigos genéticos e metendo etiquetas em tudo, para nos revender depois à preços proibitivos e, como essa "esperteza" reservada aos menos escrupulosos, reduz à indigência a maior parte dos terráqueos que se vêm privados do acesso aos mecanismos de garante social (alimentação, educação, saúde). Façam um favor à vocês próprios, arranjem este livro e depois façam-no girar, é um documento para a humanidade e para a "re-humanização" da nossa espécie.
O vídeo em baixo foi extraído de um documentário que também aconselho vivamente: We Feed the World.
E de bónus vos deixo um clip de um som daqueles que me dá aquela sensação de "levanta, sacode a poeira e tenta de novo". Vejam lá se não concordam comigo quando digo que o Bilal tá com cara tipo Agostinho Neto eh eh.
Na minha pesquisa por instrumentais de rap e um conexão mais séria entre o rap e o jazz encontrei referencia a estes madiés que afinal não são tão desconhecidos assim... Do caraças... TheUnknown, Oddisee & Kolai juntaram-se e atiraram uns tantos instrumentos por cima (saxofone, violino, baixo acústico, guitarras, drums, cello, teclados variados) e saiu esse mambo... Epah eu tou a sentir a sério... Aconcelho... Deca Deca...
Traklist: 01. Mama’s Koolaid 02. Sand To TheBeach 03. MassTransit 04. Cuba Libra 05. GalleryPlace 06. Natural 07. CuzOf U 08. GlowNights 09. Abuja 10. FutureFunk 11. Loin De Toi 12. Stank 13. Xess 14. Unmandyax 15. As TheWorldTurns
Tracklist: 1 Liquid Intro 0:26 2 The D E Effect 5:09 3 Heart Throb 2:20 4 Infancy 3:47 5 A Tribute to Dilla 4:47 6 Remember When 5:30 7 Simple Game Plan 4:22 8 So Fly 4:49 9 Still Taking It Ez 2:47 10 A Tribute to Bobby 5:38 11 Running 3:18 12 Cao 3:52 13 A Tribute to Troy 5:12 14 Crystal Outro 0:44 15 [Untitled Track]3:30
02. A Tribute To The Beatnuts 03. Digital Funky 04. Rob's Gem 05. Loran's Dance Redux (Pushitalong) 06. A Tribute To The Beatminerz 07. Joshy's Gem (Interlude) 08. Me & Cousin 09. Capricorn's Reprise 10. Charlie Chop's Gem 11. Retreat At Turnberry 12. Bongosss (Interlude) 13. Hebejeebees 14. B's Gem 15. We Fall Down 16. Yinde's Gem (Interlude) 17. The 6th Minute (Bonus Track)
Mixtape distribuida pelo bicho nas mini-tours que teve a fazer pela Europa, uns sortudos apanharam o mambo, outros mais vivos ainda atiraram na net... hehehehe...
Tracklist: 1. Intro
2. That's That One 3. Fire feat. Black Milk 4. The Reason feat. Phat Kat 5. Talkin' In My Sleep 6. Save Ya feat. T3 7. The Know 8. High Off Life 9. Heart Of The City 10. The Transitional Joint (Baby Girl Glow) 11. Dedicated feat. Trip 12. Motown 25 feat. Royce Da 5'9"
Ja tinha muita gente a pedir esse mambo... Porrrrrrrrrrrrrrrrrra... Esse jovem é bom...
Tracklist: 01. How Ya'll Feel??
02. First Of All... 03. Soopafly (feat. Ty & Kory) 04. Fix Ya Face 05. Traveling Salesmen (feat. Comel Of Time Machine) 06. Gold Medal Kids (feat. Beloved & Comel) 07. Backstage 08. Strategies (feat. Guilty Simpson) 09. Go There With You (feat. Ty & Kory) 10. Feelin' Jack 11. Countdown 12. Hate Down
01- De La Soul ( Feat Redman) - Oooooh 02 - Kool G Rap (Feat. Nas) - Fast Life 03 - Dilated People - Bullet Train 04 - Talib Kwali - On Mission 05 - Ghostface Killah (Feat Jadakiss & Comp) - Run 06 -Jamal - Fades Em All 07- Camp Lo - Luchini 08 - Mobb Deep - Quiet Storm 09 - Redman & Method Man - Tear It Off 10 - El Da Sensei - Summertime Bluez 11 - Cocoa Brovaz - Living Legends 12 - Jackson Five - I Want You Back
Drum Brothers: Guan Jay, Permone & Arshitect, 3 incriveis produtores franceses. Tudo começou em 2006, depois de uma mixtape vem este 12'' que promete seriamente (como podem ouvir no video). Sons de jazz fresco, samples, condimentos de drums e sem duvida muito muito boa vibe... São 6 sons doces pro ouvido... Recomendo em grande...
Tracklist: A1 - Take It Back feat Blezz
A2 - Live & Uncut feat C2C A3 - Take It Back (Instrumental) B1 - NY State Of Mind feat Shinobi, Melodiq & Dj Greem B2- Love Break feat Fazz
Bilal Salam (não confundir com o outro Bilal) é um mc de Washington virado pro nu-rap, nu-soul, nu-bue de mambos que cuiam de vez em quando. Este disco tem produções que vão desde Roddy Rod, Kev Brown como também ao proprio Bilal Salam... Eu curtí, muito saxo, muita guitarra, muito bass-line... Sem dúvida é um must-have-must-listen... Boa Vibe... Bom som...
Tracklist: 01. Dope 02. Modern Day Slavery 03. Blah 04. CyberSpace 05. So What 06. Time Between Interlude 07. In Between 08. No Time 09. NooHustle 10. FourFit 11. Time Between #2 Interlude 12. Draw The Shades 13. Overthought 14. In Between (Remix)
Isto é apenas o 12'' do disco que está pra vir ai da recentemente fundada produtora dos Strange Fruit Project... O mega-super produtor Symbolyc One aka S1 vai editar "Music Box" e aqui ficam uns rebuçados do 12'' pra quem gosta de boa música...
Tracklist:
01 - Be Sure (Instrumental) 02 - Be Sure feat. DV, Alias, Khryst 03 - Mash (Instrumental) 04 - Mash feat. Rapper Pooh & Kay
Quando se vai falar em Hip Hop português são sem dúvida os nomes mais óbvios e de actualidade e, ao contrário dos USA onde os mais falados são normalmente os podres que vendem mais e não necessariamente os mais vanguardistas, estes dois não desmerecem de todo o spotlight que partilham.
Sam the Kid
O Sam the Kid ouvi-o pela primeira vez em '99 quando fazia alguns programas na Ant3na com o José Mariño (saudades do Repto). Ele emprestou-me o Entre(tanto) com outras duas maquetes de altíssima qualidade que se viriam a tornar mais que raridade, extintas: O expresso do submundo dos Dealemma e o EP do Dok Strainja. Gravei tudo a correr para MD, mas na altura (17 aninhos) para poupar MDs gravava tudo em LP então a qualidade deixa a desejar. Foi aí que comecei a prestar uma atenção mais cuidadosa ao hip hop português, a levá-lo mais a sério. Apesar de o meu favorito ser o Expresso do Submundo, havia algo acerca do Entre(tanto) de muito especial: tinha uma sonoridade muito distinta, muito corajosa e original na abordagem dos instrumentais com grande quantidade dos samples sendo retirados de música portuguesa. Pensei que isso lhe distinguia de tudo o resto que apesar de muito bom, podia sempre ser comparado a algum qualquer americano, este cumpria aquilo que se espera da arte, que continue em movimento e a expandir-se, como se fosse um vaso de cerâmica moldado pelas mãos de milhares de artistas, onde cada um lhe incorpora retalhos do seu mundo particular, juntando-lhe um traço só seu. O Sam meteu o traço dele nesse vaso do Hip Hop e o melhor, não procurou fazê-lo, foi espontâneo, foi puro, genuíno. Isso é muito raro.
Cheguei a duvidar do Sam quando ele lançou o Sobre(tudo), não gostei do disco, senti que era um regredo em relação ao que ele tinha começado com o Entre(tanto). Os instrumentais pareciam muito mais a "americanar" e os temas eram chatos, com a excepção notável do "Recado" que é um upgrade x10 ao "A Caixa".
Nos anos seguintes o Sam começou a soar AO MESMO para mim, sempre a mesma coisa, repetitivo, instrumentais altamente imitados (e ADMITIDAMENTE imitados) aos seus ídolos J Dilla, DJ Premier, Pete Rock. Não saía um álbum que não tivesse um instru do Sam, muito gajo podre só lançava álbum porque tinha dois instrus do beatmaker mais atarefado da tuga.
Ao mesmo tempo, começou a moda das rimas "tico e teco não fico mabeko miro o tejo e pinto o meu tecto sou recto sem curvas ando aos apalpões às miúdas... blá blá blá", que ainda persiste até hoje. Que coisa aborrecida, as músicas tornam-se códigos silábicos que só os próprios artistas, malabaristas do flow e fãs Indiana Jones conseguem decifrar. O Sam também navegou essas águas e quando chegou o Beats Vol.I: Amor eu não pude fazer uma avaliação completa da direcção que ele estaria ou quereria tomar. Admirei mais uma vez a coragem de fazer algo fora da tendência, mas os instrumentais em si ainda me pareciam muito marcados pelas suas influências. Este é um álbum que foi crescendo em mim, comecei a baixar as guardas e a aceitar que era um disco muito bonito, também pelo que ele representava: a história de amor dos seus pais. Foi o álbum que lhe propulsou para o patamar de MÚSICA PORTUGUESA e foi a primeira vez que o Hip Hop foi aceite de maneira tão universal num país de gente tão atrasadinha. Mais uma vez, Sam conquista isso tudo sem o mínimo de pretensão, sem o ter concebido. Começam também os problemas de "sample clearance" que não se punham até então a um artista de "concertos no bairro". Velhos ranzinzas que não sabem distinguir homenagem de roubo... ainda prá mais perdeu (viva o Sam). Continuei de pé atrás em relação ao Sam rapper até que saísse o Pratica(mente) que foi para mim a rendição: tiro o chapéu e faço uma longa vénia a esse rapaz tão humilde e tão talentoso que consegue reinventar-se, aceitar-se como é sem tentar se fingir diferente para agradar aos restantes. O MELHOR artista de hip hop português para mim.
Entre(tanto) Os meus sons preferidos: Ódio, Xeg & Sam, Tempestade, Estranha Forma de Vida, Visões, Mil Razões e Lágrimas. 01. Entre(tanto) 02. Pelas Rimas (com NBC e Jah3) 03. Ódio 04. Xeg & Sam (com Xeg e Sanryse) 05. Reflexo 06. Tempestade 07. 7º Céu 08. A Caixa 09. A Verdade 10. Estranha Forma de Vida 11. Visões 12. Mil Razões 13. Vício (Mundo Verbal) 14. Lágrimas 15. Verdade (Remix - com Bomberjack e Shaheen)
Catem o mambo aqui Password: http://takers-zone.blogspot.com
Beats Vol.I: Amor 01. Beleza 02. O Keu Kero 03. Sedução 04. Vem 05. Eternamente Hoje 06. Alma Gémea 07. A Fundação 08. Fogo Sem Chama 09. Lances 10. A Manhã Seguinte 11. Até Um Dia 12. Arrependimento 13. Memórias 14. Quando A Saudade Aperta 15. Eu E Tu 16. Recaída 17. O Amor Não Tem Fim
Catem o mambo aqui Password: http://takers-zone.blogspot.com Pratica(mente)
Xê, o Sam aqui até elevou para outro patamar aquelas rimas do "tico e teco não fico mabeko miro o tejo e pinto o meu tecto sou recto", agora a dika tá muito mais sóbria e decifrável para comuns mortais. A música 16/12/95 é simplesmente uma das composições mais bonitas já musicadas, o Sam estoriador maduro e prestes a rebentar. ISTO É UM SENHOR ÁLBUM!!!
01. Pratica(mente) 02. A partir de agora 03. Juventude (é mentalidade) 04. Poetas de karaoke 05. À procura da perfeita repetição 06. Abstenção 07. Negociantes 08. Retrospectiva de um amor profundo 09. Presta atenção 10. Pus-me a pensar 11. Ignorância 12. 16/12/95 13. De repente 14. Slides (Retratos da cidade branca) 15. Slides (Referências) 16. Tempo 17. Hereditário
Este broda... nunca lhe liguei muito, lembro-me dele da primeira mixtape do bomberjack "Reencontro do Vinil", penso lembrar-me numa das rimas ele fazer referência à sua recente incursão no mundo das rimas e já a rimar melhor que metade, aquelas "braggadocio rhymes" que todo o rapper que se preze tem na algibeira, só que o dred não me entrava. Só voltei a ouvir falar dele na mixtape do Cruz Lisboa-Porto Connection (porra mixtape clássica), mas se calhar a escolha do instrumental dele (um do NORE com produção dos Neptunes) e a dika do "ficas dois dias a fazer cocó", fizeram com que me desligasse mais uma vez. Nunca mais ouvi falar nele até que o meu bom amigo Keita Mayanda que estava a viver na tuga me chegou a casa do Conductor com um cd cor-de-laranja na mão e me disse: "comé, esse álbum vale a pena!". Eu vi VALETE e pensei "mmhhhh". Abri o livrinho, comecei a ler as letras e "PAF" (chapada na cara), endireitei na cadeira e li com muita atenção! No dia a seguir fui rapidamente à King Size adquirir a minha cópia. Ouvi a dika duas ou três vezes de seguida e lembro-me de ter pensado para mim próprio: "Porra que boa surpresa", dupla surpresa porque o mano não veio sozinho, trouxe um reforço nervooooso chamado Bónus e lançou o álbum tipo o Raekwon the Chef feat Ghostface, o n'dengue Bónus tava em bwéee de sons. Mandei um mail ao mano a felicitá-lo e ele respondeu-me com aquele obrigado de boas maneiras muito polite que os artistas mandam nos seus fãs. A gente acabou por estabelecer um contacto mais permanente e eventualmente surgiram as colaborações, longas discussões via msn, debates sobre música, a indústria, política, sociedades secretas, sociedade em geral... um mano muito forte, apesar de andarmos frequentemente às turras (somos os dois muito casmurros). Até ao dia de hoje ando a tentar compreender o complexo ser humano que se esconde por trás do animal político apelidado Valete, a conhecer melhor o Keidje, mas enquanto não logro os meus intentos, resigno-me com as pistas que ele me vai deixando apreciar...
Educação Visual
A capa não é propriamente um chamariz para quem não saiba o conteúdo que alberga, mas desde muito cedo que tentam ensinar-nos a não julgar o livro pela capa. Pode bem ser eleita a PIOR CAPA DE TODOS OS TEMPOS (e não estou a falar só do hip hop), pelo menos pode concorrer pelos lugares cimeiros, daquelas capas que meter na ficha técnica o autor é tipo descaramento, mas já aí começa o mito Valete:"Não será essa mesmo a intenção dele? Educação Visual e tal, é maneira de afastar os impuros que só vão já ouvir aqueles com capas bem blingadas...". Bwé de teorias, mas a verdade é que o dred acabou por ceder à pressão e fez uma coisa mais "convencional" para a reedição. Eu tenho uma estima infantil por essa capa feiosa e para além do mais, não oiço o disco a olhar para a capa.
01. Educação Visual 02. Nossos Tempos 03. Ele & Ela 04. Serial Killer 05. À Noite 06. Exibicionismo 07. Liricistas (feat. Ace, Chullage and Fuse) 08. Beleza Artificial (feat. Sam The Kid) 09. Nada a Perder 10. Pseudo MCs 11. Mulher Que Deus Amou 12. Chegou a hora 13. Freelancer 14. Ser Ou Não Ser
O pessoal clamou pelo álbum e ele chegou, sempre o Valete nervoso a cuspir veneno contra o poder instituído, contra a indústria musical, assumidamente político e anti-capitalista, mas... para muitos um Educação Visual Vol.II. Gostei muito do disco, mas obviamente que não me marcou como o primeiro, talvez pela ausência do efeito surpresa, aquele elemento que falta cruelmente depois do artista já se ter estabelecido. O meu tema favorito é o Anti-herói.
01. Coisas do Género 02. Serviço Público (com DJ StikUp e Selma) 03. 15 segundos de Hugo Chavez 04. Revelação (com Raquel Oliveira) 05. Pela Música pt.1 06. Pela Música pt.2 (com Ikonoklasta e Sam The Kid) 07. Canal 115 (com Bónus, Adamastor e DJ StikUp) 08. Subúrbios (com DJ StikUp) 09. Os Meus (com Bónus e DJ Bomberjack) 10. Não te Adaptes (com Selma) 11. Masturbaçao Mental 12. 15 segundos de Fidel Castro 13. Monogamia (com Sara Ribeiro e DJ Bomberjack) 14. Roleta Russa 15. 15 segundos de Che Guevara 16. Anti Herói (com Selma)
Hehehehehehehhe... alguém fez o leak... Deca Deca...
Tracklist: 01. Queens Get The Money (Prod.by Jay Electronica) 02. You Can’t Stop Us Now (ft. Eban Thomas & The Last Poets) (Prod by Salaam Remi) 03. Breathe (Prod. by J. Myers & Dustin Moore) 04. Make The World Go Round (ft. Chris Brown & The Game) (Prod. by Cool & Dre) 05. Hero (ft. Keri Hilson) (Prod. by Polow Da Don) 06. America (Prod. by Stargate) 07. Sly Fox (Prod. by stic.man of Dead Prez) 08. Testify (Prod. by Mark Batson) 09. N.I.G.G.E.R. (The Slave And The Master) (Prod. by DJ Toomp) 10. Untitled (Prod. by Stic.man of Dead Prez) 11. Fried Chicken (ft. Busta Rhymes) (Prod. by Mark Ronson) 12. Project Roach (ft. The Last Poets) (Prod. by Eric Hudson) 13. Ya’ll My Niggas (Prod. by J. Myers) 14. We’re Not Alone (ft. Mykel) (Prod. by stic.man of Dead Prez) 15. Black President (ft. Johnny Polygon) (Prod. by DJ Green Lantern)
Eu só ia me sentir bem depois de por este álbum aqui. Nos ultimo ano foi o disco que provavelmente ouvi mais vezes, tem temas que adoro. Adoro também a forma relaxada e descontraída sem grandes preocupações com que ele cai nos instrumentais... Grandes beats de Nick-Nack... Super álbum... Nota 30... Mo Renegas... Granda dica...
Tracklist: 01. Intro 02. The Breakthru 03. On My Own feat. Dwele 04. Soulhop feat. Little T 05. Heartbreak Hip Hop feat. Linn 06. Triumph 07. We Rock feat. ADL 08. Sweet Melody feat. Don-E 09. S.O.S 10. Just Feel It 11. People Know feat. Tony Greer 12. Radio Raheem 13. Last Words
Rap de sala... Muito Nu-Rap e Nu-Vibe da cara... Recomendo... Deca Deca...
Tracklist: 01. Yeah Yall 02. Deep Breaths 03. All Love feat. Elias Of Scribbling Idiots 04. Soph Sissy feat. Playdough 05. Grizzly 06. Bounce 07. Nobody Say feat. Braille & Raphi 08. One Time 09. Jive Turkey feat. Ohmega Watts 10. It’s Over 11. Together 12. Angel feat. Scribbling Idiots 13. Sonrise 14. Rags To Riches feat. Wonder Brown 15. Simplyill feat. Klarity, Freddie Bruno & Sivion 16. It’s Now 17. Go Home (Remix)