Isto é um espaço pessoal, aqui hei de meter essencialmente música que de alguma maneira me moldou, mas posso ter alguns desvarios eventuais. Se algum artista se sentir "roubado" por ter a sua música partilhada, que mo indique, para que eu possa apagá-la com a máxima prontidão
Há coisas que eu fico sem saber bem como ainda não meti aqui. Não é necessariamente o caso deste, porque apesar de eu ter ficado panco à primeira escuta do som "Multiply" que dá título ao primeiro de originais do Jamie, não fiquei tão entusiasmado pelo resto do disco que me pareceu muito experimental cheio de furadas, se calhar um pouco pretensioso demais. Por isso e só por isso, não fui a correr ouvir o "Jim" quando saíu, mesmo depois de ter visto o primeiro vídeo que me kuyou muito. Meti o pé na poça! Mas tipo... gravemente mesmo. Acontece que desta vez o rapaz limitou-se a fazer boa música sem inventar nada...o disco é sólido tipo betão armado, super consistente, um prazer de ouvir do primeiro ao último som sem avançar um sequer. Hoje em dia isso é tão raro que álbuns desses podem e devem ser considerados autênticas pérolas. Quem sabe no próximo ele já esteja mais rodado para voltar as suas misturas psicadélicas e bizarras. O dread canta muito e este Jim é do caralho!!! Agora vou voltar a ouvir o Multiply a ver se o problema não era da cera nos meus ouvidos. Multiply (2005)
Jim (2008) 1 Another Day 2 Wait For Me 3 Out of My System 4 All I Wanna Do 5 Little Bit of Feel Good 6 Figured Me Out 7 Hurricane 8 Green Light 9 Where D You Go 10 Rope of Sand
Depois de já o ter apresentado neste blog com dois dos seus clássicos indiscutíveis, Beyond Skin e Prophesy, de ter saltado os álbus que se seguiram, o "Human" e o "Philtre", eis que me sinto de novo na obrigação de vos assinalar outra obra prima do mestre Sawhney, o mais recente trabalho "London Undersound" cujo enredo se centra nos ataques perpetrados na cidade de Londres (no London Underground...trocadilho) há 4 anos e de como Londres tem vindo a mudar - na sua óptica - desde então. Tem participações dos Ojos de Brujo, Anoushka Shankar e... surpresa... o irreconhecível Paul McCartney, aliás, muito PODRE!!! O disco está muito bom, só saltei dois sons, um dos quais o do McCartney, mas de resto a dika está mesmo a rebentar. Um daqueles álbuns que não dá MESMO para julgar pela capa.
É incrível como no actual panorama de mesmice, estes dois álbuns continuam a soar absurdamente actuais. Dois álbuns que me marcaram o percurso de melómano e que, ainda hoje quando caiem no meu ipod, me transportam nostalgicamente à esses anos já idos. O Funcrusher tem exactamente 11 anos (28 de Julho de 1997) e o Cold Vein tem 8. Hip Hop obscuro do melhor, com rimas de excelência nova iorquina e uma produção ridícula. Para os ecléticos e não exclusivamente para os "nerds" do Hip Hop.
Company Flow - Funcrusher Plus (1997)
1. Bad Touch Example 2. 8 Steps to Perfection 3. Collude/Intrude feat. J-Treds 4. Blind 5. Silence 6. Legends 7. Lune TNS 8. Help Wanted 9. Population Control 10. Definitive 11. Lencorcism 12. 89.9 Detrimental 13. Vital Nerve 14. Tragedy of War (In III Parts) 15. Fire in Which You Burn feat. J-Treds 16. Krazy Kings 17. Last Good Sleep 18. Info Kill II 19. Funcrush Scratch
1. Iron Galaxy 2. Ox Out the Cage 3. Atom (feat Alaska & Cryptic Of Atoms) 4. A B-Boys Alpha 5. Raspberry Fields 6. Straight Off The D.I.C. 7. Vein 8. The F-Word 9. Stress Rap 10. Battle For Asgard (feat L.I.F.E. Long & C-Rayz Walz Of Stronghold) 11. Real Earth 12. Ridiculoid (feat el-P) 13. Painkillers 14. Pigeon 15. Scream Phoenix
Eu sei que sou suspeito para falar do dred, mas este é mesmo um daqueles brothers que para além de ser um puro kamba é um grande artista. Eu pelo menos identifico-me bwé com a sonoridade dele e aprecio muito a profundidade sentimental que ele emprega em cada faixa, sempre adequada a cada atmosfera que ele pretende criar. Este é um EP que espelha a evolução sonora desde o Rudebwoy Stand, álbum de estreia do mano lançado em 2007 e já aqui postado mas também uma amostra do que podem esperar dele para o próximo álbum previsto para 2010. Este EP partiu de um convite do Henrique Amaro (Ant3na) para ser um dos discos da nova "net label" da Optimus, chamada Optimus Discos. Basicamente os artistas metem EP's para download gratuito no site e a Optimus ganha visibilidade e consequentemente clientes. Mas eles pedem para as pessoas se registarem e isso já é um pouquinho mais chato, por isso aqui vai o link para o EP. Meto também o link para outro álbum de uns produtores alemães, no qual ele participa em 3 faixas. Devo confessar que ainda não ouvi o disco, mas as faixas em que o Bz entra são muito nice. Curtam aí e se sentirem a dika e forem ao Optimus Alive, ele vai tocar lá (OPTIMUS alive né?) às 19h30 de sexta-feira, dia 10.
Bezegol - Rude EP
01. Rude Intro 02. Rude Times 03. Rude Rap 04. Rude Love 05. Rude Sentido 06. Rude Dub 07. Rude Outro
01. legalize eucalyptus - intro 02. vengo 03. all night long 04. ele fanan 05. keep marching 06. fado chupao 07. tempu 08. me voy 09. emigrante 10. willst du dabei sein? 11. awu 12. security 13. negro 14. lo que tienen 15. koalas all-stars - outro
Estes kotas são bwé, mas mesmo B-W-É! Lembro-me de ter tomado o primeiro contacto com a música deles com um videoclip onde aparecia o Vincent Cassel (Irreversible, La Haine, Eastern Promises, Ocean's twelve... the list goes on) e achar muita "piada". O som era grande groove e ver o casal de ceguinhos tão alegres e irradiando tanta energia positiva não me causou na altura mais que esse sentimento redutor e quase ofensivo à tudo o que representam estes dois ícones da música pop africana (agora re-etiquetada "World Music" dadas as misturas de estilos).
Conheceram-se no instituto de jovens cegos de Bamako, 25 anos antes de conhecerem Manu Chao que haveria de produzir o seu quarto álbum de originais, catapultando a carreira do casal de uma maneira que só atesta a incompetência dos A&R e da indústria musical que consegue deixar passar tanto tempo até se dar conta que o talento transborda de tal maneira que todos sairão felizes (os rapazes por lançarem a sua música mundialmente e as editoras porque vão lucrar a sério com as qualidades alheias). Seja como for, Dimanche à Bamako causou um impacto tal que o duo foi convidado em 2006 para compor o tema oficial dos jogos olímpicos da Alemanha, depois de também arrecadarem um prémio da BBC 3, enfim, aquele trajecto de pequenos troféus que se acumulam engordando o CV e obrigando os antigos cépticos a fazerem caretas de admiração aprovadora: "mmmhh isto afinal é mesmo bom". Até tocaram para a "innauguration" do Obama.
Deixo-vos também com o novo álbum, Welcome to Mali, que me levou a viajar de uma maneira indescritível. A mistura de sons malianos com o blues, rock, pop mundial está completamente DEVASTADORA. Comprovem logo com o tema de abertura "Sabali", produzido por Damon Albarn (Blur, Gorillaz, The Good the Bad and the Queen...) que pouco ou nada tem a ver com música africana e com a subsequente bomba "Ce n'est pas bon" já mais roots e sempre com a mão do Damon. O álbum conta ainda com as participações do inventor do Bluefunk Keziah Jones, com o músico somali K'naan, o reggaeman Tiken Jah Fakoly, Tiamane Diabaté, entre outros.
Contorço-me de raiva e mordo-me inteirinho por dentro por ter falhado ao show deles no Festival Mestiço do ano passado, sobretudo tendo eles actuado no mesmo dia que o MCK (tive de arrancar dentes do ciso a alguns 2 mil km de distância).
Dimanche à Bamako (2005)
1. M'Bifé 2. M'Bifé Balafon 3. Coulibaly 4. La Réalité 5. Sénégal Fast Food 6. Artistiya 7. La Fête au Village 8. Camions Sauvages 9. Beaux Dimanches (Dimanche à Bamako) 10. Pa Paix 11. Djanfa 12. Taxi Bamako 13. Politic Amagni 14. Gnidjougouya 15. M'Bifé Blues
Welcome to Mali (2008) 1. Sabali 2. Ce N'Est Pas Bon 3. Magossa 4. Djama 5. Djuru 6. Je Te Kiffe 7. Masiteladi 8. Africa 9. Compagnon de La Vie 10. Unissons-Nous 11. Bozos 12. I Follow You [Nia Na Fin] 13. Welcome to Mali 14. Batoma 15. Sekebe