quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Do velho para o novo

O ano de 2011 passei-o quase sem motivação para ouvir música, pesquisar coisas novas que estivessem a sair, apreciar o que de mais inovador se estava a fazer no infinito espectro sónico que não consegue deixar de se expandir, mas sobretudo no Hip Hop que é o género que mais exerce sobre mim poder de atração. A minha cabeça estava virada para outras coisas que me extraíam toda a energia e atenção. No entanto, nos eventuais rasgos de lucidez em que conseguia me desligar das ocorrências turbulentas, consegui pescar uma coisa ou outra, sendo a que mais me impressionou provavelmente um puto de Yonkers chamado Tyler the Creator. Vou colocar o vídeo dele em baixo, depois dos dois artistas que mencionarei agora: The Roots e Common. Bwé de alegria ao saber que ambos tinham novos álbuns na calha, pois são artistas que cresci a ouvir e com os quais nunca (por um lapso de tempo talvez com o Common) deixei de me identificar e dos quais espero música da mais alta qualidade senão refrescante. Os The Roots rebentaram a escala e atingiram um patamar ao qual dificilmente elevo alguém, que é um de confiança quase cega, do estilo "posso comprar sem ouvir que não me arrependo", pois ao 11º álbum de originais eles mantêm algo que todo o VERDADEIRO ARTISTA deveria manter: a ousadia de se reinventarem, de explorarem novas sonoridades, sobretudo as que deles menos se esperam sem que, no entanto, já tenham sido exploradas por outros com sucesso. Não vou fazer aqui uma crítica do álbum, vou só meter-vos dois vídeos. Quanto ao Common, a música continua forte, os instrumentais são do karaliu, ele tem dikas rijas, mas estou agora a ver os 4 ou 5 clips que ele já fez para promover o disco e, sinceramente, a impressão com que fico é que ele não quer aceitar que está a envelhecer, como se de repente, não se pudesse ser fresco e relevante aos 40+, como se tivesse a querer viver tardiamente a sua juventude, tipo aqueles mais-velhos rebarbados que pausam na disco quando já estão perto de se tornarem avós. Foi a sensação com que fiquei, sobretudo depois de me ter apercebido que, de forma algo pueril, foi ele que começou o bife com o Drake, um miúdo petulante que se sente no direito de o ser pela forma como vem sido adulado, mas que um adulto como o Common já tem idade para saber que isso faz parte da atitude dos 20's e deixar o miúdo em paz. Aquele excesso de agressividade nas palavras (que nem sequer no Bitch in yoo usou), a atitude de boxeiro e o videoclip num bairro aparentemente perigoso do Haiti... tudo demasiado juvenil amigo Common, demasiado "adolescência atrasada". Deixo-vos com o clip do Blue Sky que ainda foi a que melhor me caíu. Agora sim, a novidade do puto revelação. Estranhamente bom:

4 comentários:

nick disse...

bom album o do common the dreamer/ the believer... so nao entendo a dica de um warrior como ele preocupar-se com o puto drake... o sweet ta cara que é direcionado ao drake hheheehhe e mais recentemente este http://www.youtube.com/watch?v=s6Ck6fRamnY

taylor the creator.... curto muito esse puto parece uma versao do slim shady... grande revelaçao...

ikono disse...

O common já ultrapassou os 40 bro... eu gosto de beefs, mas acho que ele fez um pouco figura de urso sendo o primeiro a disparar.
O Taylor é um puto ORIGINAL, mas ainda precisa de refinar o seu estilo, os discos dele são super diferentes mas bwé monótonos. Ainda assim é refrescante ter miúdos tão novos a inovar dessa maneira, rompendo com os moldes que já encontraram ao pegar no microfone/mpc :)

Almodvar Baldaia disse...

bom na verdade ainda nao consegui catar o undum...mas the roots hipnotizaram-me desde que ouvi how I got over...hip-hop sem akelas mazelas sem akelas ´´bocas de incêndio``[ que as vezes os nossos artistas favoritos tristemente nos presenteiam...e mais...incrivel como eles continuam juntaos há tanto tempo...

ikono disse...

Almodvar Baldaia, acho que só 2 ou 3 elementos do grupo que apareceu originalmente no Organix em 92 ou 93 é que ainda continuam. O resto foi sendo substituído. Também sempre foi um grupo dinâmico, que engordava e emagrecia segundo as necessidades. O Rahzel que andou com eles muitos anos, não apareceu logo de início e acabou por se afastar. O Scratch também terá estado com eles em dois álbuns mas depois foi procurar outros rumos. O baixista com o pau na boca também tirou voado e o Malik B, segundo rapper do grupo esteve intermitente. O teclista pausado das tranças tb bazou!