segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Terrakota

Em 2004, de férias em Portugal, tive o primeiro contacto com este cocktail musical que irradiam os Terrakota.O Open your eyes passava várias vezes na rádio (já não me lembro se era Marginal, Oxigénio ou Antena 3) e que me deliciava os ouvidos e me acalorava o coração a cada vez que tocava.
Era o seu segundo álbum e de repente eu via cartazes Terrakota por todo o lado, sempre com os seus sugestivos tons quentes e acastanhados, desenhos do Pedro Feijão bem ilustrativos da sonoridade que os acompanha, entre o esotérico e o afrocêntrico. Foi o meu ano de descoberta. Um ano depois, de volta à tuga, conheço os manos da Fazuma e apartir daí as coisas convergiram. Em 2006 vou assistir pela primeira vez a um concerto deles em Marselha no festival Babel Med e no fim conversámos um coxito. Acabaram por me arranjar sítio para dormir mais o meu irmão e desde então mantivemos o contacto, eles identificaram-se com o nosso som (Conjunto Ngonguenha) e puf!, de repente cai o convite para participar no seu terceiro disco, o Oba Train. Eu passei de fã inveterado a feliz contemplado.

Os manos são altos viajados, três deles estiveram a passar uma temporada de três meses em alguns países do oeste africano (Senegal, Mali, Burkina Faso e Costa do Marfim) e mais tarde haveriam de voltar para a gravação do seu segundo de originais, o Humus Sapiens, no Xippi (eyes open) estúdio do Youssou N'dour.

Conheceram-se numa casa ocupada em Queluz onde começaram a fazer jam sessions juntos. Cada um deles tocava em várias bandas (e a maior parte ainda toca em bandas de outros géneros), mas aos poucos Terrakota foi tomando forma e ganhando preponderância nos esforços dos membros que se identificavam mais com essa vertente pouco explorada em Portugal. Um amigo comum lhes apresentou a Romi e a poção mágica ficou concluída. Desde então a sua missão principal tem sido partilhar essa poção com o resto do mundo, distribuindo pequenas doses de felicidade e energia irresistível, essa poção que confere a quem a toma uma explosão instantânea (e infelizmente efémera) de extrema alegria, de amor ao próximo, de esperança num futuro alternativo.

O som deles é altamente aconselhável, uma mescla de sons africanos e de sonoridades mais contemporâneas que nesse continente encontram as suas raízes, mas também um pouco da fanfarra folcórica de leste que não passará despercebida e vai meter a dançar os maiores adeptos de Kusturica (Dear Mama). Se tiverem a ocasião de assistir a um dos seus concertos, façam a vocês próprios o favor de não a desperdiçarem.


Terrakota - Terrakota

01.Curruputu
02.Shituation
03.Inch Allah
04.Rebola
05.Sonhador
06.Tcheva
07.Tá Fumá
08.Bouge de lá
09.Mali
10.Bolomakoté
11.Marigunoma
12.Dear mama
13.Desert Zeppelin

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Terrakota - Humus Sapiens

01.Open Your Eyes
02.I Say Minina
03.Omohumanidadecidade
04.Bawo
05.Ibori
06.Monsieur Bla Bla
07.Water Burn Fire
08.Mãe De Água
09.Nahawa
10.Sirima

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Terrakota - Oba Train

1. La Cuchara Del Poder
2. E Verdade?
3. Sunnu Gal
4. Metisses
5. Maghrebi
6. O Mundo Na Bai Solto
7. Soul
8. Oba Train
9. Watcha Gonna Dub
10. Kurila
11. Ekuality Is Kuality

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