Gosto da maneira que "a Bruxa" partilha com a sua audiência o que lhe vai na alma, sem filtros, sem meias palavras, num permanente baile entre a plena consciência e orgulho quase defensivo da sua situação social, e o arrependimento de certas atitudes desmesuradas que essa mesma condição aflitiva lhe impõe, sem no entanto cair na banalidade de glorificar a vida da qual se vê refém: "vai, puto vai devagar, o crime não é uma coisa da qual possas te orgulhar". Nesta entrevista o Hallo, que revela um discurso que pode parecer surpreendente para aqueles que lhe reprovam as letras, diz que não quer ser moralista nem professor de ninguém, mas o que ele não se dá conta é que este tipo de exercício ponderado e honesto da palavra é, em si só, uma autêntica lição de vida, quer para aqueles que partilham da sua condição, como para nós, os outros, aqueles que, com uma facilidade injusta e arrogante, se apressam a julgar as (re)ações sem se debruçar sobre as causas.
Obrigado Halloween, por dares ao hip hop no idioma de Camões algo que muito lhe falta, pois neste universo de personagens que mais parecem criações da Marvel, tu consegues destacar-te com as magníficas imperfeições que te tornam.... um ser humano!
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02- Reportagem
03- Gangs de Lisboa
04- Bang-Bang
05- Procriar
06- S.O.S Mundo
07- Fly Nigga Fly
08- No Love
09- Krika Kriminals
10- O Bom Jogador
11- Bitch Nigga
12- Várias Vidas
13- Dia de um Dred de 16 anos
Faixa bónus: Exorcismo de Mary Witch
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