quarta-feira, 29 de abril de 2015

Alice Smith - Um autêntico enigma

Esta mboa é para mim uma das provas mais evidentes de que ser incrivelmente talentoso, original e fazer música "de puta madre" simplesmente não é suficiente para se aceder aos billboards e atingir sucesso comercial. Não sei se é a Alice que resiste ao assédio dos olheiros do circuito que compõe a indústria musical, sempre à coca de um fruto fresco para espremer até à última gota, ou se é algum problema físico que faz com que não se coadune com os padrões de beleza exigidos por esse sorvedouro de almas e multiplicador de vacas-leiteiras: cabelo "tipo uma wí aí também"? Dentes separados? Xuxa pequena? Mau hálito?

Nem tinha dado conta que ela tinha lançado um segundo disco, passou-me completamente por debaixo do radar o que, acrescido do facto de eu ter sido completamente arrebatado pelo For Dreamers, Lovers and Me, me fez ficar muito temeroso de apertar no play do segundo álbum.

Mas eis que a Alice consegue fazer quase o inédito e, forçando-me logo com as primeiras notas a rechaçar o meu ceticismo, me conquista, tal como já o tinha feito 6 anos antes, com a sua enternecedora musicalidade, sem nunca ser piegas, mas sempre profundamente sincera.

Lamento por ela que não tenha mais visibilidade, espero que para ela seja a suficiente para a manter pura e motivada para continuar a fazer esta música fantástica.